Propaganda enganosa

A cada dia que passa, Luiz Inácio Lula da Silva diminui de tamanho. Consta que o ex-presidente teria 1,70 de altura, mas está saindo desse caso com a ex-secretária Rosemary Novoa de Noronha bem menor do que quando entregou o cargo à presidente Dilma Roussef.

Comparando as fotos da cerimônia de transmissão da faixa presidencial, observa-se que na época Lula era mais alto que a Dilma, mesmo considerando a altura do penteado. Hoje, é evidente, ele bate no queixo da sucessora.

Sem nenhum preconceito quanto à relação entre o patrão e a secretária – afinal, ela tinha passaporte diplomático para entrar e sair com ar risonho dos aposentos do chefe, nas viagens internacionais do AeroLula -, mas agora quem encontrar o Lula num elevador, terá uma surpresa: ele vai bater com nariz na barriga dos circunstantes.

Também sem nenhum preconceito quanto aos baixinhos, mas é deveras decepcionante encontrar pessoalmente um ídolo e constatar que ele não era tudo aquilo que se imaginava. Aconteceu com o escritor Manoel Carlos Karam.

Apaixonado pela atriz Virna Lisi, certa feita ele avistou a italiana na saída do teatro, em Paris. De longe, era a própria. Lado a lado, Virna Lisi quase bateu com o nariz na barriga do Karam.

Mais ou menos aconteceu comigo, quando em São Paulo o cartunista Henfil me apresentou a atriz Bruna Lombardi. Ao voltar para Curitiba, procurei imediatamente Manoel Carlos Karam:

– Ninguém é perfeito, a Bruna Lombardi é do tamanho da Virna Lisi.

Afora as ilusões de imagem, os pequenos formatos têm uma grande vantagem perante os demais: são mais fáceis do portar no coração. É o caso da jornalista Maria Celeste Correia. Daquelas repórteres que valem por duas, quando atuava na televisão um colega de imprensa acusava o Canal 12 (hoje RPCTV) de “propaganda enganosa”.

Segundo o acusador, em qualquer transmissão ao vivo, a experiente repórter sempre era a enviada especial.

– Manda a Celestinha, para imagem ganhar uma escala maior! – ordenava o chefe de reportagem.

Caso acontecesse uma enchente no litoral, lá ia a Maria Celeste cobrir a inundação das casas.

– A água chegou até aqui! – indicava a repórter, apontando para a mancha da lama na parede, bem mais acima de sua cabeça.

– Propaganda enganosa! – repetia o “amigo da onça”, dando um abraço na Celestinha.

– Propaganda enganosa! – alguém há repetir, vendo Luiz Inácio Lula da Silva batendo com o nariz na barriga do mais próximo.