A revelação de que o tesoureiro do PT recebeu de propinas em contratos com a Petrobras, entre 2003 e 2013, uma quantia entre US$ 150 e US$ 200 milhões de dólares – conforme depoimento concedido ao Ministério Público em acordo de delação premiada do ex-gerente de Engenharia da Petrobrás, Pedro Barusco -, resgata, do fundo do poço do esquecimento, o lendário Pirata Zulmiro e o assombroso túnel que o bucaneiro inglês teria escavado nas Ruínas de São Francisco, no Centro Histórico de Curitiba, subterrâneo que daria acesso a um fabuloso tesouro escondido no Alto das Mercês.

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Com toda essa fedentina que exala da Polícia Federal aqui em Curitiba, onde estão sendo abertas as arcas bilionárias da pirataria, cada vez mais se aprofunda a suspeita de que o traçado do túnel do Pirata Zulmiro passa pelo bairro de Santa Cândida e termina no Alto das Mercês. Ou seja: é quase certo que o covil principal dos corsários estatais está localizado no Paraná. É aqui o endereço da matriz das lavanderias – como já demonstrou Youssef – e aqui também onde está plantado o maior laranjal da história da República.

“Laranja madura, na beira da estrada, tá bichada Zé, ou tem marimbondo no pé!” – me confidenciou um grande empresário gaúcho no início do mês passado, depois de ser procurado em Santa Catarina para vender suas propriedades à beira-mar, incluindo uma ilha, pela fortuna de 200 milhões de reais. Segundo o grande proprietário, na reunião para o fechamento do negócio em São Paulo, o representante dos compradores, depois de meia garrafa de uísque, abriu a guarda e o bico: “O comprador é um grupo do Paraná que tem mais de um bilhão para desovar imediatamente, cujo chefe é o ex-ministro Fulano de Tal. E quem vai assinar o cheque é um laranja de Curitiba!”.

A trajetória do Pirata Zulmiro se assemelha com a biografia de muitos flibusteiros da política brasileira. Depois de ser jogado ao mar por um navio inglês, ao largo da Ilha do Mel, o bucaneiro de nome Saulmers (pronuncia-se Sulmir, daí a corruptela Zulmiro) teria encontrado esconderijo em Curitiba, no Alto das Mercês, onde morreu em avançada idade, entre os anos de 1880 e 1882.

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Lenda ou não, a história procede. Sempre foi muito comum aportarem em Curitiba bandoleiros fugidos da terra de origem para aqui refazer a vida e esquecer o tenebroso passado, com a cautela de não revelar a verdadeira identidade. O que não deve ser o caso de Nestor Cerveró, pois a identidade dele está na cara.
Procurado para esclarecer a possibilidade do túnel do Pirata Zulmiro servir de esconderijo para o bilionário tesouro da Petrobrás, o Professor Doutor Bazinga, especialista em pirataria, declarou: “O túnel do Pirata Zulmiro virou um duto de desova. Não são as pessoas atrás das grades com quem devemos nos preocupar. Preocupantes são aquelas que não estão!”.