Se alguém dissesse a Charles Darwin que numa outra encarnação os bichos seriam gente com o direito de escolher a cidade onde morar, o pai da teoria evolucionista viraria uma arara, de tão brabo:

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– Quem foi o animal que falou essa besteira. Só mesmo um asno para admitir tamanha burrice!

Darwin certamente ficaria abestalhado em saber que o homem, numa involução natural, se transformaria num macaco. Acredite se quiser, mas temos fatos concretos para afirmar à comunidade científica mundial que, depois da morte, os animais ganham uma nova existência na pele de um ser humano. E com o privilégio de escolher o seu novo habitat, ou seja, a cidade onde irão viver.

A teoria pode parecer absurda, entretanto podemos sustentar que todo curitibano é um pinguim. Tenha ele nascido na Europa, França ou Bahia, não importa o registro de nascimento, o simples fato de ele atestar sua residência em Curitiba já comprova sua natureza de uma ave da família “spheniscidae”, não voadora, típica do Hemisfério Sul, em especial na Antártida e ilhas dos mares austrais, tendo alcançado a Terra do Fogo, Ilhas Malvinas e África do Sul, entre outras paragens invernais.

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Com o corpo fusiforme, cuja morfologia reflete várias adaptações à vida no meio aquático, as asas atrofiadas desempenhando a função de barbatanas e as penas impermeabilizadas através da secreção de óleos, visualmente os pinguins não se parecem com os curitibanos. Porém, quando observados nas ruas de Curitiba e já na pele de um ser humano, eles comprovam a teoria da involução. Basta observá-los nestas madrugadas frias, andando através das brumas da Rua das Flores, como se fosse uma cálida noite de verão. Outra comprovação são as aglomerações nas portas dos bares e restaurantes, nas noites geladas de inverno, quando os pinguins saem à calçada para fumar.

São inúmeros os indicativos de que o pinguim nasceu para ser curitibano. Além do raro fenômeno de aclimatação, quando certas espécies conseguem atravessar o inverno sem uma lareira ou um fogão de lenha em casa, podemos também notar que nem mesmo as temperaturas polares afastam os curitibanos das academias de natação e de hidroginástica.  

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No Brasil para divulgar “Os Pinguins do Papai”, filme que estreia neste final de semana, o ator Jim Carrey conta que durante as filmagens foram usadas aves mecânicas, mas confessa que tinha um truque para atrair a atenção dos pinguins de verdade: “Meus bolsos sempre estavam cheios de peixes, e assim eles corriam atrás de mim”.

Para comprovar a tese de que todo curitibano é um verdadeiro pinguim, basta usar o truque do Jim Carrey. Encha o bolso de sardinhas e saia pela Rua das Flores. Os pinguins de Curitiba estarão todos atrás de você.