Jaguara, o Animador de Velórios dos Campos Gerais, está sendo contratado para animar as sessões da Câmara Municipal de Curitiba. O clima está tão funéreo, dizem os assessores, que alguma coisa precisa ser feita para levantar o moral da tropa.

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Primeiro queriam chamar um pai de santo para fazer um descarrego. Ou os padres Capuchinhos para benzer todos, mas em nome da neutralidade religiosa as duas hipóteses foram descartadas. Afinal, ao contrário do que foi imposto à TV Educativa, é preciso resguardar o caráter laico das instituições públicas.

O Animador de Velórios ainda não firmou contrato com os vereadores. Por ora, Jaguara analisa a proposta para saber a origem do dinheiro: “Caso o cachê venha de alguma agência de propaganda de compadrio – ele avisa -, podem me incluir fora dessa”.

Enquanto não se decide, o “caboco fela” prepara o repertório para entrar “muito bem carçado” na empreitada. Do que vai contar aos vereadores de Curitiba, que pelo jeito “estão mais perdidos que cebola em salada de fruta”, Jaguara tem na ponta da língua algumas anedotas sobre Curitiba. Uma delas trata do lendário mau humor curitibano. Diz que havia na Saldanha Marinho um sapateiro muito envinagrado, daqueles ensimesmados que andam de cara fechada por causa das calçadas de Curitiba. Chamava-se Eurides, e podia-se dizer que o encardido era rico de tanto consertar os estragos causados aos pedestres. Um dia, o sapateiro da Saldanha ia saindo do trabalho com algumas solas para arrumar em casa quando cruzou com um velho conhecido, que o cumprimentou efusivamente:

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– Bom dia, amigo Eurides!

– De jeito nenhum! – respondeu o sapateiro.  

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Para abrir os trabalhos na Câmara Municipal de Curitiba, o Animador de Velórios vai contar o seguinte causo:

Era uma vez, o presidente João Claudio Derosso sonhou que tinha levado o prefeito Luciano Ducci para um safari na África. Mal chegaram, enfrentaram uma série de atropelos. Escorregaram de uma montanha altíssima, caíram num lago infestado de jacarés e quando estavam para ser comidos, foram salvos por um bando de elefantes que passou voando baixo e assustou os jacarés. Saíram dali e foram atacados por índios ferozes e na corrida deram de cara com um leão feroz que se atirou em cima dos dois aventureiros. Felizmente tinha uma árvore perto, para eles subirem.

Finalmente em cima da árvore, os dois de língua de fora, Luciano Ducci diz para João Cláudio Derosso:

– Olhaí o que você me aprontou! Da próxima vez que sonhar, me deixe fora do pesadelo!