A Casa Branca jogou aos tubarões o corpo do terrorista. Mas se a justiça fosse feita a todos, os restos mortais de Osama bin Laden deviam ser enterrados no quintal da família Bush. 

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Acredite se quiser, era uma vez um texano chamado Prescott Bush. Na 2.ª Guerra Mundial, Prescott era sócio de uma companhia de petróleo e recebeu punição do governo dos Estados Unidos por negociar combustível com a empresa nazista Luftwaffe. Esperto, após a guerra Prescott se aproximou do poder e tornou-se íntimo de John Foster Dulles, o comandante da CIA por ocasião do assassinato de John Kennedy.

A amizade com Dulles garantiu ao filhote mais velho de Prescott, George H. Bush, o emprego de agente da CIA. George destacou-se como medíocre espião. Mesmo assim, em 1961 coordenou a invasão da Baía dos Porcos, em Cuba, para derrubar o regime de Fidel Castro. A invasão fracassou e George H. Bush caiu para o alto: tornou-se diretor da CIA em 1976.

Triste com o mau desempenho de seu primogênito como 007, Prescott Bush consolava-se com o êxito dele nos negócios de petróleo. E aplaudiu a visão do filhote George quando, em 1960, este se tornou amigo de um empreiteiro árabe que viajava com frequência para o Texas: Muhammad Bin Laden. Em 1968, ao sobrevoar os poços de petróleo de Bush, o Bin Laden morreu em acidente aéreo, no Texas. Mas George Bush não pranteou a morte do amigo. Andava mais preocupado com as dificuldades escolares de seu filho George W. Bush, que só obtinha média C. Para desgosto da mamãe Bárbara, hoje também conhecida como “a mãe de todas as bombas”.

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Na guerra do Vietnã, para evitar que o filho fosse convocado, George tratou de alistá-lo na força aérea da Guarda Nacional. A maldita da cachaça (uísque), entretanto, impediu que o neto de Prescott se tornasse um bom piloto. Papai George incentivou-o, então, a fundar, em 1970, sua própria empresa petrolífera. Graças aos contatos internacionais que o pai mantinha desde os tempos da CIA, George filho buscou a ajuda de Salem bin Laden, o mais velho dos 52 filhos gerados pelo falecido Muhammad que havia morrido no Texas.

A empresa petrolífera foi à bancarrota, mas bin Laden, fiel aos laços de família, veio em socorro do amigo que logo embolsou US$ 1 milhão e obteve um contrato com o emirado de Bahrein de deixar a Esso morrendo de inveja. Nas suas viagens de negócio entre o Oriente e Ocidente, papai George fazia o percurso até a capital francesa a bordo do jatinho de Salem Bin Laden, o que lhe facilitava o contato com o mundo islâmico. Em 1988, Salem faleceu, como o pai, num desastre de avião.

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O Afeganistão foi invadido pelos soviéticos naquele mesmo ano. Papai George, que coordenava operações da CIA, recorreu a Osama bin Laden, um dos irmãos de Salem, que aceitou infiltrar-se no Afeganistão para, monitorado pela CIA, fortalecer a resistência afegã contra os invasores comunistas.

E o resto da história deu no que deu.