Os maiores blefes de 2013

Depois de se passar como o midas brasileiro – tudo que tocava virava ouro de tolo -, o brasileiro Eike Batista merece encabeçar a lista dos grandes blefes do Brasil em 2013. No mesmo rol, é preciso acrescentar alguns nomes aqui do Paraná, a começar pelo juiz Clayton Camargo e o ex-deputado Fábio Camargo. De pai para filho, deram um respeitável blefe na base parlamentar do governador Beto Richa ao prometer e não entregar a mercadoria tratada. Na história do Paraná, blefe igual só mesmo quando o ex-governador Leon Peres tentou dar uma cambalhota no empreiteiro Cecílio Rego Almeida. Como se sabe, Leon Peres foi cassado pelos militares com um mico na mão.

Além da família Camargo, que perdeu o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas e até o rumo de casa, os organizadores da Copa do Mundo em Curitiba também estão no inventário: aplicaram alguns blefes para trazer milhares de turistas endinheirados ao Paraná e, no abrir das cartas, o que se viu foi um ás de ouro (Espanha); cinco de espadas (Argélia); rei de copas (Rússia), três de paus (Honduras); cinco de paus (Equador); valete de espadas (Irã); 10 de copas (Nigéria) e uma dama de ouro (Austrália). O único a sair ganhando com um joguinho desses será o Clube Atlético Paranaense.

Na jogatina de Joseph Blatter, quem vai sair com um “royal straight flush”, ou uma quadra de az, é o presidente Mario Celso Petraglia. E se o governo ficar com o mico na mão, o blefe rubro negro ainda vai ensinar para muitos bacanas que o pôquer da Fifa é para profissionais e não para amadores.

Do aeroporto Afonso Pena, passando pela Avenida das Torres, à encantada mobilidade urbana, os prometidos legados da Copa também podem entrar na lista dos maiores blefes do ano. Mas nada se compara aos legados de selvageria urbana que o mundo assistiu em alta definição numa única tarde de domingo. O lucro bilionário que se esperava com a divulgação das sete maravilhas do Paraná, infelizmente, foi para o ralo da Arena de Joinville.