Muito antes da Xuxa, a Rainha dos Baixinhos, na Alemanha nazista um “grandão” sinistro também adorava seus pequenos pupilos e os tratava com o mesmo carinho, de olho no mercado futuro do nazismo.

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Adolf Hitler, bem assessorado por seu marqueteiro dileto Joseph Goebbels, tinha técnicas e peças publicitárias especiais para insuflar corações e mentes da juventude alemã. Uma delas era um livrinho (3,5×4,7cm) distribuído e adotado compulsoriamente pelos baixinhos da Alemanha, com o sugestivo nome de “O líder e a juventude”. Assim pequeno, era o tamanho perfeito para caber no bolso do uniforme e na imaginação da criançada. Um livro de brinquedo, com conteúdo subliminar de gente grande. Pouco texto, ou quase nenhum, ele era recheado quase na totalidade com belas e expressivas fotos do Führer abraçando e homenageando aquela juventude que, semanas ou anos depois, seria endereçada à morte ou então escalada para cumprir o holocausto.

O microlivro, ou a microcartilha, é uma peça rara. Com o miolo impresso em preto e branco, a imagem de capa em vermelho e título gótico em preto, o livreto veio parar no Sul do Brasil pelas mãos de um jovem casal alemão, refugiado no Rio Grande do Sul, assim que terminada a guerra. Poucos anos depois, a família transferiu residência para Florianópolis, onde se encontra até hoje. Dos tempos do nazismo, além de horrorosas lembranças, eles só guardaram o pequeno livrinho, como se fosse um brinquedo resgatado de um jardim de infância em chamas, testemunhando tempos que não mais querem ver reproduzidos. Tempos atrás folheei a obra sinistra de Goebbels, o marqueteiro que não perdoava nem os baixinhos.

A triste lembrança não é a propósito de levantar a poeira do inferno. É a propósito do Partido dos Trabalhadores ainda ter esperanças de enviar ao Congresso o projeto que trata sobre a regulamentação e controle dos meios de comunicação, como se todos fossem os baixinhos do Führer.

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Mas os meninos podem dormir sossegados. Lula, que tinha carinho especial pelo monstrengo, está fora do país e Franklin Martins fora do governo. Apesar de todo o alarido do PT, Dilma Rousseff deu mostras que o projeto de controle da mídia cometido por Franklin Martins está morto e enterrado. Segundo assessores, o único controle que Dilma admite sobre a mídia é do “controle remoto”.

A descendente de búlgaros quer distância da proposta de Franklin Martins, por saber o que os livrinhos do Führer só apareceram depois da imprensa sob controle.

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