Em entrevista para a jornalista Marleth Silva, do Caderno G da Gazeta do Povo, o escritor Domingos Pellegrini nos conta uma das causas que deixam sua obra embebida da realidade: “Leio muito biografias, pois a vida me atrai mais que a ficção”.

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A lição do mestre vem em boa hora, pois de tanto devorar biografias eu já estava me sentindo um bisbilhoteiro da vida alheia. Uma nova biografia de Frank Sinatra é a leitura da vez: “Frank – A voz”, um catatau de 747 páginas que tem se revelado surpreendente. Uma surpresa do autor James Kaplan, pois o que dizer mais sobre Sinatra?

Por incrível que pareça, Kaplan conseguiu fazer uma biografia para ser lida como um romance, com detalhes tão sórdidos que parece tudo aquilo que Domingos Pellegrino tem abominado nos últimos anos: romances de ficção.

Histórias tão sórdidas como, por exemplo, a curiosidade de como era Frank Sinatra nu. Peladinho da silva, o mirrado rei da voz tinha um metro e setenta de altura. Além de usar perucas sebentas, essa era a sua altura de adulto. Ele jamais cresceria nem mesmo um centímetro, embora mais tarde viesse a dizer que tinha 1,75. 1,77 e até 1,70 – mas quem iria contestar esse pequeno gigante?

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As mãos e os pés eram bem formados. Mãos macias, acolchoadas, limpas sempre: “Em algumas ocasiões ficavam rachadas devido à quantidade de vezes que ele as lavava ao longo do dia”. Ele não tinha ombros especialmente largos. Tinha quadris estreitos e não tinha bunda. De tão chata, quando adulto tinha vergonha disso.

Nu, Frank Sinatra era uma espécie completamente corriqueira – conta James Kaplan. Com uma exceção: “Trata-se de um aspecto literalmente central, parte integrante do folclore, a começar com o lendário comentário da sempre desinibida Ava Gardner. Dizia a ex-mulher de Sinatra: “Existem apenas cinco quilos de Frank, mas há cinquenta quilos de p…”. É isso mesmo, o homem carregava cinquenta quilos no meio das pernas.

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Criado pessoal de Sinatra, Georges Jacobs revelou em suas memórias que a coisa era tão grande que o sr. S precisava de cuecas especiais, feitas para mantê-lo sobre controle. “The Voice” era um “macrophallus”, no dizer médico. Uma condição especial, aparentemente invejável: “Todo homem já testemunhou isso em um momento ou outro. Aquele conhecido da faculdade, por exemplo, um sujeito baixo, magro e totalmente sem atrativos, que surpreende ao sair do chuveiro do dormitório…”.

Há indícios que Sinatra sentia orgulho de sua dotação extraordinária. Tanto que chamava o seu pênis de Grande Frank.

Grande biografia essa do pequeno grande Frank, o astro de 50 quilos.