Daqui a cinquenta anos, na festa de aniversário de 100 anos de Beto Richa, os bisnetos vão perguntar para o atual governador do Paraná, naquelas alturas do Século 21 um velho senador.

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– Vovô, onde o senhor estava quando fez 50 anos?

– Não responde, vovô! – corta a bisneta – Deixa que digo: o senhor estava comemorando o aniversário com a bisa Fernanda em Paris!

– Que Paris, que nada! – diz outro bisneto – Os dois foram comemorar em Foz do Iguaçu, como sempre!

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– Nem uma coisa, nem outra – reponde Fernanda Richa – Aos 50 anos o bisavô comeu o bolo feito com a massa que o diabo amassou!

Dizem que no aniversário de um homem muito modesto, só no final da festa é que se percebe que alguém não foi convidado: o aniversariante. O que nunca foi o caso de Beto Richa. Principalmente aos 100 anos de idade, quando qualquer um tem muito o que comemorar. Senador por cinco mandatos seguidos, sem nenhuma modéstia, mais do que ninguém o filho do Zé Richa poderá festejar os seus 100 anos na ponte aérea Curitiba-Brasília. Ponte aérea modo de dizer, pois em 2065 as rodovias pedagiadas já estarão desenvolvidas a tal ponto que as grandes distâncias serão vencidas através do teletransporte.
Mesmo assim, a pergunta das bisnetas pairou como uma sombra acima do bolo de aniversário: ‘Onde eu estava com a cabeça, isso sim, quando eu fiz 50 anos?‘ – pensou com os seus botões o senador. E assim, uma variação de perguntas foi jorrando aos borbotões, de sua memória.

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– Onde eu estava com a cabeça quando acreditei nas promessas da Dilma Rousseff ?

– Onde eu estava com a cabeça quando concordei em embarcar os deputados naquele humilhante camburão?

– Onde eu estava com a cabeça quando mandei soltar os cachorros em cima dos professores?

– Onde eu estava com a cabeça quando, acovardado, não enfrentei os grevistas de peito aberto?

– Onde eu estava com a cabeça quando alterei o fundo de previdência dos servidores?
Depois de repassar na memória o primeiro semestre de 2015, o velho senador volta à realidade com uma dúvida que desde então o atormenta:

– Onde eu estava com a cabeça quando convidei Fernando Francischini para secretário de Segurança?