Oração para a família Scolari

É como disse John Kennedy: “Não pergunte o que o Neymar pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo Fred”. Pela pátria e pela família Scolari, cada um quer torcer à sua maneira. Na manhã dessa sexta-feira 13, fui à Praça Rui Barbosa buscar a parte que me tocava do bolo de Santo Antoninho. Cumprimos a missão de comparecer à tradicional festa de Santo Antônio da igreja do Senhor Bom Jesus dos Perdões, junto à Santa Casa de Misericórdia de Curitiba.

Numa sexta-feira 13 de muito sol – como se fosse uma bênção do santo – e com o time de Scolari praticamente dependendo do pé esquerdo de Neymar, o pátio da igreja foi pequeno para o ir-e-vir da multidão. É gente que passa e passa, um pulinho dentro da igreja para rezar e uma parada nas barraquinhas ou no salão onde tem comida boa e barata, objetos artesanais, imagens do santo de todos os tamanhos, velas, fitinhas e, no parte e reparte da boa esperança, o pão de Santo Antoninho tem duas versões: o fermentado para comer e o sequinho, que não embolora, para guardar o ano inteiro dentro de uma lata de açúcar e garantir a fartura em casa.

A maior fila é para comprar uma fatia do bolo. Em muitos pedaços há imagens minúsculas do santo de Lisboa. Quem for premiado vai, na certa, conhecer o par e se casar em breve. E os freis franciscanos, com seus hábitos marrons com cordão à cintura, não se cansam de abençoar a multidão que volta para casa com uma mensagem de Santo Antônio, impressa dentro de uma tira que vem dentro de um papelzinho dobrado. A que me coube este ano foi esta: “Os santos foram homens fracos como tu; a graça, porém, os confortou. Espera com paciência, que receberás também muitas graças do milagroso Santo Antônio. Mais orações e confiança”.

Infelizmente afastado da seleção brasileira e por esses dias bem adoentado, Zagalo tem especial fé nesse santo homem que veio a falecer num dia 13, justamente o número de sorte do técnico campeão do mundo, dentro e fora do campo. A vitória sobre a Croácia foi franciscana , mas valeu! Só não foi plenamente do agrado de Zagalo, pois ele certamente esperava um resultado tão generoso quanto foi Santo Antônio na distribuição de seus peixinhos.

De quatro em quatro anos, sempre no mês de junho, oremos pela seleção brasileira com esta oração devidamente atualizada:

“Meu Santo Antônio: iluminai o Felipão na escalação e santificada seja a nossa seleção; venha a nós a nossa vitória, seja feita a nossa vontade, assim como foi no Itaquerão como será na final no Maracanã. A vitória nossa de cada dia nos dai hoje, perdoai o Marcelo assim como nós perdoamos os croatas que passaram pelo nosso caminho; e não deixeis o Neymar tropeçar nas firulas da vaidade, mas livrai-nos das bolas cruzadas na área do Júlio César. Glória ao Oscar, David Luiz e Thiago Silva. Como podia ter sido bem melhor contra a Croácia, como será contra o México, como há de ser bem melhor contra os argentinos agora e sempre. Amém!