Obsolescências programadas e percebidas

Dizem os especialistas em desuso que os consumidores já estão condicionados à “obsolescência programada”. É quando os profissionais de marketing introduzem deliberadamente a obsolescência em sua estratégia de produto, com o objetivo de gerar um volume de vendas sucessivo e duradouro; já a “obsolescência percebida” é uma forma de reduzir a vida útil dos produtos que ainda são perfeitamente funcionais.

No caso do guarda-chuva, por exemplo. O que temos hoje são umbrelas híbridas, de “obsolescência programada e percebida”. Ou seja: quando os vendedores ambulantes “percebem” que vem chuva, vendem-nos em caráter de urgência guarda-chuvas “programados” para durar apenas aquele aguaceiro.

Como os curitibanos são tão organizados que fazem fila até para pular poça d°água, a cidade está precisando implantar um sistema de “Guarda-Chuva-Público”. Seria uma forma de socorrer os pedestres com uma dessas “obsolescências programadas”. Com o sistema de guarda-chuva comunitário em cada quadra, assim que do ceú chovesse canivete o cidadão apanharia um guarda-chuva sob a marquise mais próxima e o devolveria logo adiante.

Além do guarda-chuva, temos um bom número de descartáveis no mercado de supérfluos: bares, restaurantes, técnicos de futebol, sertanejos universitários, escritores de autoajuda, blogueiros e até jornalistas. Sem esquecer ministros de Dilma Rousseff, jogado no lixo com a cadeira e tudo.

Dona de casa intransigente, Dilma é adepta do lixo que não é lixo. Com “obsolescência programada”, o seu monumental ministério não só pode ser reciclado como também algumas peças devem ser descartadas conforme o que os conselhos do horóscopo.  

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