Fontes de notícias são pessoas, grupos sociais, partidos e lideranças políticas de quem os jornalistas obtêm informações de modo explícito ou confidencial para transmitir ao público, por meio de uma mídia. São também conhecidas como “fontes fidedignas”, “altas fontes”, “fontes bem informadas”, “fontes de cocheira” e ainda tem aquelas fontes que só falam “nas catacumbas do off”.   

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Nos contatos com leitores, muitos nos perguntam de onde buscamos tanto assunto e quais são as nossas fontes. Para o chargista as fontes são as figuras públicas, elas próprias fontes de escárnio. Afinal, vivemos no país da piada pronta. Para o cronista é muito mais fácil, pois não raro os passarinhos pousam na janela e nos gorjeiam causos fabulosos. Ou então o cronista busca inspiração no boteco na esquina, de onde volta com incompreensíveis garatujas no guardanapo.  

 Para o leitor de jornal, por exemplo, duas fontes são obrigatórias antes de viajar sem maiores sustos: o saldo bancário e o serviço de meteorologia. Este o mais importante, sem dúvida. Se tempo é dinheiro, não há dinheiro que compre a garantia de bom tempo. Hoje é relativamente confiável fazer as malas e botar o pé na estrada, conforme os conselhos da Moça do Tempo. Sem intermediários, podemos também analisar as imagens do satélite. Maré baixa, maré alta, vento Sul ou Nordeste, está tudo na internet, e ainda temos o GPS. Mas houve um tempo em que o tempo em Curitiba só dependia de um homem: Oswaldo Iwamoto. O homem-satélite. Professor da UFPR, o parecer de Iwamoto na televisão interrompia qualquer preparativo para viajar, o telespectador ficava em suspense. As previsões meteorológicas do mestre eram controvertidas. Metade da cidade acreditava piamente no nosso homem-satélite – sabe-se lá por que trombas d’água? -, outra metade tinha absoluta convicção de que o japonês adivinhava o tempo molhando o dedo indicador com a boca, para em seguida provar o sabor do vento. Com seus prós e contras, é preciso reconhecer que todo repórter tinha que ter o telefone do homem-satélite na agenda.

Não é preciso ter saudades da fonte do Iwamoto. Apenas eram tempos bem mais divertidos. Chovesse ou fizesse sol, paciência. Importante era apostar na previsão do japonês e ganhar ou perder uma cerveja na volta do feriadão.

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Agora com as redes sociais da internet, as fontes ficaram mais acessíveis. Bastam meia dúzia de conexões e podemos até beber das mesmas fontes do Washington Post, aquele jornal que derrubou o presidente Nixon, quando Bob Woodward e Carl Bernstein tinham como fonte um tal de “Garganta Profunda”. Por décadas a identidade do “Deep Throat” do Caso Watergate foi um dos maiores mistérios do século, até que em 2005 o ex-vice-presidente do FBI, W. Mark Felt, se revelou como o próprio “Garganta Profunda”, a fonte que respingou no planeta.

Woodward e Bernstein viraram celebridades, no entanto a mais famosa fonte do mundo continua sendo a Fontana di Trevi. Com a Anitona Ekberg dentro, é claro.

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