Conforme o cronista político Celso Nascimento, da Gazeta do Povo, Sobrenatural de Almeida passou o fim de semana em Curitiba. No sábado, o personagem de Nelson Rodrigues foi ver o Paulo Baier virar o jogo para o Atlético e, no domingo, fez boca de urna para o candidato Gustavo Fruet.
A virada do Fruet, ainda segundo Celso Nascimento, é a confirmação da fama dos curitibanos, “segundo a qual eles não gostam de falar com estranhos, nem para dizer bom dia no elevador. Pois, pelo jeito, os curitibanos também não falaram direito com os institutos de pesquisa”.
O Ibope saiu tão desmoralizado da boca de urna que os pesquisadores precisam estudar esse estranho fenômeno curitibano chamado “Efeito Popadiuk”. Como pouquíssimos sabem, Popadiuk é um boteco do bairro do Bigorrilho, do tamanho de uma garagem, onde se reúnem os legítimos formadores de opinião de Curitiba. Para fazer parte deste restrito sodalício são necessários dois requisitos: ter ao menos uma consoante no nome e comprovada capacidade de dissimulação. É do Popadiuk a origem da frase: “Quem fala demais dá bom dia ao cavalo e milho pra bicicleta”.
O “Efeito Popadiuk” pode parecer hipocrisia, mas no fundo se trata de pura malícia em defesa da cidade. Bom exemplo foi o caso daquela eleição em que Roberto Requião ganhou de Osmar Dias por míseros votos. Pelas pesquisas, Requião estava disparado na frente. Abertas as urnas, o “Efeito Popadiuk” quase matou Requião do coração e foi grande o foguetório no Bigorrilho.
Em Curitiba até os espelhos pensam duas vezes antes de refletir a verdade. Com intenções assim dissimuladas, explica-se porque o “Efeito Popadiuk” fez a presidente do Ibope afirmar à imprensa na tarde de ontem que “o problema em Curitiba não é do Ibope, é dos curitibanos…”. Pois sim. Como já aconselhamos outras vezes, para decifrar o enigma do Bigorrilho, os institutos de pesquisas precisam tomar um aperitivo de vez em quando no bar do Popadiuk: se a cerveja vier quente e o “zrazy” (bolinho de carne à moda da casa) estupidamente gelado, algo há de errado.