O ex-governador Roberto Requião não só está de volta, como também voltou tacando fogo numa campanha que prometia ser das mais modorrentas. Para os adversários, é a volta da “Maria Louca” com algumas doses de gardenal acima da receita.

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Podemos discordar dos métodos de Requião, dos vitupérios às gracinhas fora de hora, no entanto não há como deixar de reconhecer que agora sim, o circo vai pegar fogo.Especialmente depois que estrear na televisão um vídeo de sua campanha com o mote “Taca-lepau, Requião!”. O divertido jingle que vai incendiar a campanha tem origem numa hilária brincadeira protagonizada por duas crianças de Santa Catarina, sucesso na internet. Com a cara de Requião, o bordão “Taca-lepau!” ganhou letra de Tião Pereira, com música do Grupo Fogo de Chão, de Curitibanos (SC).

Com o “tri-governador”, deve voltar às paradas de sucesso – para refrescar a memória da nova geração –a já lendária história de quando Roberto Requião pintou o cavalo do oficial de cor-de-rosa, na cocheira do quartel. Para quem ainda duvida da façanha, a notícia saiu na primeira página desta Tribuna do Paraná, edição do dia 28 de abril de 1962, quando Ney Braga era o governador, Ivo Arzua o prefeito de Curitiba e o Atlético Paranaense tinha acabado de vencer o Flamengo por 3 a 0 – o que mostra há quanto tempo o rubro-negro carioca é freguês do Furacão.

Dizia a manchete principal da Tribuna: “Óleo de hortelã contrabandeado do Brasil”. Não era óleo de mamona, cujas propriedades foram descobertas bem depois, era óleo de hortelã-pimenta, que as forças armadas do Paraguai usavam no resfriamento de “modernas armas bélicas e mísseis, até nos aviões a jato”. Acredite se quiser, mas deu na Tribuna que os paraguaios já estavam de olho nas reservas brasileiras de energia desde aquela época. Tanto que uma vasta rede de contrabandistas comprava toda a produção de óleo de hortelã-pimenta do Paraná e São Paulo.

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“Alunos do CPOR pintaram cavalo do oficial de cor-de-rosa!” – esta era a segunda manchete da Tribuna do Paraná, com o seguinte texto: “Seis alunos do Curso de Preparatório de Oficiais da Reserva (CPOR), sem pensarem nas conseqüências de seu ato, resolveram fazer uma brincadeira com um oficial superior. Os seis jovens, iludindo a vigilância dos guardas, penetraram no quartel e pintaram o cavalo de uso de um oficial com tinta cor-de-rosa. Brincadeira de mau gosto, mas que não os eximiu de serem enquadrados no artigo 228 do Código Penal Militar e de estarem sujeitos a penas que podem chegar a três anos de reclusão”

No rádio, “Let’s Twist Again” era o grande sucesso de Chubby Checker. Nesse embalo, os rapazes da fina flor curitibana saíram do julgamento. Já o capitão Sílvio Cardoso, dono do cavalo cor-de-rosa, saiu do tribunal pronto para “tacar o pau” na rapaziada.

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