Nosso “mala” em Brasília

Vira e mexe, entra ministro e sai ministro e, tão certo como o relógio de sol da Farmácia Stellfeld, sempre contamos com pelo menos um ministro paranaense em Brasília. Pena que na bandeira do Estado ainda predomine a figura do ceifador, aquela figura sinistra que decepa a cabeça dos filhos que se destacam.

Os quatro novos ministros empossados pela presidente Dilma foram: Aloizio Mercadante, na Casa Civil; Arthur Chioro, no Ministério da Saúde; José Henrique Paim, no Ministério da Educação; e o paranaense Thomas Traumann, na Secretaria de Comunicação Social.

Nascido em Rolândia, Thomas deixou boas lembranças e bons amigos nos meios jornalísticos, antes de fazer uma brilhante carreira na Folha de S. Paulo e nas revistas Veja e Época. Filho de uma norte-americana e um judeu alemão, estudou jornalismo na UFPR nos anos 1980 e começou sua carreira no jornal O Estado do Paraná, onde passamos bons e bravos momentos na saudosa redação da Vista Alegre das Mercês.

A redação das Mercês não era apenas alegre na paisagem, com panorâmica de Curitiba. Era alegre e galhofeira também em suas brincadeiras internas, principalmente às vésperas do Natal, quando todos os funcionários escolhiam por voto direto o “Mala do Ano” da redação. Era uma eleição democrática de alto a baixo, quando até o patrão estava sujeito a levar a faixa de “mala”.

Poucos deixaram de levar daquela redação que também abrigava esta Tribuna o troféu de “Mala do Ano”. Entre eles o atual ministro Thomas Traumann. Curioso e persistente, o moço de Rolândia era um grande repórter e, por consequência, um fuçador que incomodava meio mundo. Inclusive quem estivesse no seu entorno. O que era o caso da maioria dos votantes.

Dos quatro novos ministros, Thomas já fez por merecer – e com o mérito de brilhante aluno, segundo o professor de jornalismo Hélio Puglielli – o título de “Mala”. Agora, numa situação absolutamente vexatória, precisamos escolher o “Mala do ano” de Brasília, em cujo troféu desde já podemos gravar o nome: André Vargas (PT-PR),  o grosseiro deputado federal de Londrina que envergonhou os paranaenses ao desrespeitar de forma tão estúpida o ministro Joaquim Barbosa na reabertura do Congresso.