(Diário de Roma)

continua após a publicidade

Da Baffetto quer dizer na casa do Baffetto, em italiano Bigodinho. Quem chega na pizzaria desse nome, em Roma, nem acredita que está chegando num lugar de fama global. Próprio do folclore italiano, é uma bela esbórnia. Na porta, quase uma guerra: fila de famílias inteiras na rua estreita, gente sozinha, pares etc. Tem mesa dentro embaixo, fora embaixo e dentro em cima, um aperto só e um forno a lenha no meio da sala de baixo, com os pizzaiolli remando aquelas enormes pás de madeira. Suam até nos bigodinhos, que a maioria ostenta em honra ao nome do estabelecimento.

Na porta de entrada “il capo Baffetto”, logo depois da senhora dona do caixa, meio espremida e atendendo ao mesmo tempo a um telefone fixo e a um celular – e ainda anotando à mão todas as notas para cobrar a conta em cada mesa. Só é aceito dinheiro vivo, não tem cheque nem cartão. Ela é quem faz o troco para o garçom entregar na mesa. Este, quando dá o troco, avisa: “servizio non incluso”, cuja tradução é “cadê a minha gorjeta?”.

Mas a pizza Baffetto, que é a especialidade da casa, vale a aventura. Massa fininha e crocante e cobertura farta, nem sempre o ambiente amplo, bem decorado e com garçons que tratam os clientes como príncipes é sinônimo de sucesso. Em Roma, como em Curitiba ou qualquer lugar do mundo, o sucesso maior do restaurante tem que ser e ainda é a comida. Boa e, de preferência, barata. Mesmo que o garçom seja grosso, o serviço péssimo e o banheiro, no andar de cima, uma escalada que exige sorte e persistência para chegar a tempo.

continua após a publicidade