Nem tudo está perdido

Sim, existe gente honesta neste país. Em meio ao bombardeio de notícias sobre corrupção, patifaria e demagogia, recupero trechos de um artigo do escritor e jornalista Luciano Pires, de quando ele levou um susto com uma ilha de excelência no interior do Brasil: Entre Rios, distrito de Guarapuava, núcleo de imigrantes suábios que ajudaram a mudar a paisagem rural do Paraná com Cooperativa Agrária.

Concorrido palestrante de São Paulo, Luciano Pires conheceu, em meados de outubro de 2009, o que muitos urbanoides não têm olhos e paciência para enxergar: “Entre Rios representa o Brasil que precisamos. E sabe de uma coisa? Existem dezenas, centenas de Entre Rios pelo Brasil. Pena que falar deles não dá audiência”.

O jornalista contava, perplexo, que, depois de desembarcar em Curitiba, pegou três horas de estrada. E dá-lhe chão!

Ao chegar, uma sucessão de surpresas: “Os campos plantados, tudo muito bem tratado e, a cada dez quilômetros, uma comunidade. Pequenas comunidades com recursos modernos, casas bonitas, sem cercas e com grandes gramados. Parecia que eu estava no interior da Europa”.

Depois de um imenso churrasco, Luciano foi para o local da palestra: “Juro que eu esperava um galpão improvisado. (…) Nada demais, se eu não estivesse dentro de uma cooperativa agrícola, em meio a uma comunidade do interior do Paraná. Eu estava rodeado de profissionais de primeira linha, gente viajada e antenada com o que existe de mais moderno nas teorias de administração pelo mundo”.

O Brasil e os brasileiros que vivem em Entre Rios são os que não aparecem em nenhum telejornal, um alento para qualquer forasteiro: “São um exemplo de como este país é muito maior que a corrupção institucionalizada”.

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Dante Mendonça está de férias. Vale a pena ler de novo suas crônicas.