Projeto de lei da Prefeitura de Curitiba pretende proibir o uso de veículos com tração animal, como carroças e charretes, na cidade. A proposta do Prefeito Gustavo Fruet revoga uma lei municipal que regulamenta o tráfego desses veículos, proibindo ainda a exploração de animais como equinos, asininos, muares, caprinos, bovinos e demais quadrúpedes.
Na prática, a dificuldade será reconhecer os animais que vão continuar circulando impunemente pelas ruas da cidade. A mula, por exemplo, é o animal que mais costuma infernizar o trânsito. No sinaleiro não há jeito do jerico deixar a primeira marcha engatada, para avançar assim que o sinal abrir.
Até o jacaré do Parque Barigui sabe que é preciso manter distância do carro da frente. Porém, distância é uma coisa e a grande lacuna que se abre à frente é coisa das tartarugas que infestam as avenidas, embora não estejam enquadradas na lei. Queira ou não queira, o prefeito vai ter que enquadrar a tartaruga entre os demais quadrúpedes. Os hipopótamos são outros que precisam ser enquadrados, pois eles ocupam toda a pista da esquerda antes, para virar para a direita depois.
É público e notório que as antas e capivaras não sabem fazer baliza. Portanto, por lei elas deveriam parar sempre num estacionamento para não atravancar a vida de quem tem mais o que fazer. Com tantas antas no trânsito, é preciso deixar bem claro: se a placa do radar diz 60, é 60 de verdade, não é 20 para os burros que não aprenderam a somar, muito menos diminuir. Para as capivaras que gostam de passear pela Avenida Batel a 30 km por hora, que pratiquem esse esporte radical lá no Parque Tingui. E só um domador de circo para ensinar aos cavalos do trânsito que, quando um carro está tentando sair de uma garagem ou estacionamento, não custa parar a cavalgadura em solidariedade.
Impressionante como os muares gostam de uma Harley Davidson. Esses animais deveriam saber que o barulho da moto é inversamente proporcional à inteligência do motoqueiro.
Quando você notar um papagaio no volante atendendo um celular, não se irrite, a conversa vai longe. Encoste o seu carro na primeira vaga e sente-se no meio-fio porque o trânsito é um verdadeiro zoológico.