Não resta dúvida: a construção do metrô é o único tema que ainda anima a campanha para prefeito de Curitiba. Se dúvidas existem, é quanto ao trajeto. Beto reeleito, o metrô vai ligar a Prefeitura ao Palácio Iguaçu. Gleisi prefeita, o túnel pretende ligar o cofre municipal ao cofre do marido, em Brasília.

continua após a publicidade

Só não se sabe onde vai dar o metrô do Moreira. Por enquanto, empurrado por Requião, o reitor vai dar é com os burros na água. Pelo projeto do comunista Roberto Gomyde, o projeto do metrô só é viável com passagem grátis para os estudantes. Para Bruno Meirinho, o problema não é o metrô, é a catraca do metrô. Fábio Camargo, que não é tatu, quer mais é tapar os buracos da campanha. Já o verde Maurício Furtado imagina que o nosso metrô passa pelo buraco da camada de ozônio.

Diante desse quadro, francamente, o metrô curitibano devia começar na Praça Osório, na frente do Bar Stuart, fazendo uma ligação direta com o litoral, com estações de desembarque em Morretes, Antonina, Paranaguá, Pontal do Sul, Gaivotas, Matinhos e Caiobá. Guaratuba também, e assim poderíamos economizar a passagem da balsa. Sonhar é de graça, por enquanto. Além de mais prazeroso, o metrô das praias faria um favor adicional ao governador Roberto Requião: acabaria com o pedágio!

Pelo andar da carruagem (sim, o metrô de Curitiba está sendo discutido desde os tempos das carruagens), as escavações do metrô curitibano têm grandes possibilidades de começar quando o Paraná Clube voltar à primeira divisão e o Mário Celso concluir a Arena. Isto, nas comemorações do quarto centenário de Curitiba.

continua após a publicidade

Curitiba quatrocentona e com metrô, precisa coisa mais chique? Até lá, teremos um trem bala ligando o Oiapoque ao Chuí, os aviões serão substituídos por discos voadores e, enquanto isso, o metrô de Curitiba estaria sendo solenemente inaugurado. Tudo financiado pelo pré-sal do Lula.

Quando se diz que o metrô de Curitiba está sendo planejado desde os tempos das carruagens, é mais ou menos isso: em 1972, quando o prefeito era Omar Sabbag e o presidente do Ippuc era o jovem arquiteto Jaime Lerner, foi projetado um metrô sobre pneus. Depois de estudarem uma porção de soluções e verificar no mundo o que existia a respeito, optaram por um veículo sobre pneumático, porém, em estruturas elevadas. Um veículo que poderia ser articulado, com quantos vagões precisasse, rodando sobre pneus, sem que houvesse uma plataforma inteiriça. Ele rodaria exclusivamente em cima das vigas de concreto embaixo das rodas. Tinha para isso guias de aço adequadas e usaria um sistema computadorizado extremamente rápido. Só não seria elevado no centro da cidade, onde seria preciso fazer um anel subterrâneo para ligar as grandes praças centrais da cidade. Detalhe interessante: foi tomado como modelo um tipo de veículo que havia sido desenvolvido pela Westinghouse e que estava sendo usado experimentalmente num parque da Pensilvânia (EUA).

continua após a publicidade

O metrô sobre pneus não saiu do papel. Isto não quer dizer que nunca vai sair, porque todos os candidatos a prefeito que prometem o metrô devem estar bem intencionados.

Por enquanto, o único metrô viável que conhecemos é uma boate enterrada na esquina da Rua Cruz Machado, de nome Metrô.