Quem é esta menina, abandonada no centro da Lapa, sem passado e sem memória? Qual seria a origem dessa menina de calça faroeste, blusa banlon e short com etiqueta da Casa Boneca do Rio de Janeiro? Em 1971, mesmo na capa da revista O Cruzeiro, porque não foi reconhecida? O mistério da menina M. continua, apesar de uma nova pista.

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Depois que contamos o estranho caso da menina Mônica (30 de maio), a senhora Elizangela nos enviou um e-mail pedindo mais informações acerca da menina que surgiu do nada e lhe parecia familiar:

“Meu nome é Elizangela. Li seu artigo. Minha família é da Lapa e eu procuro minha tia Luci que desapareceu na mesma época na região, pois minha avó foi embora com outro homem (do qual todos diziam se tratar de um bandido). Tenho fotos de minha mãe e a semelhança dela e da Mônica são incríveis. Por favor, entre em contato comigo. Quem sabe não poderemos resolver esse caso? Será que Mônica e Luci não seriam a mesma pessoa? Minha avó educava muito bem seus filhos, e eu nunca consegui encontrá-la nem viva, nem morta? Será que foi assassinada pelo suposto bandido? Aguardo ansiosa”.

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Após receber esta mensagem da senhora Elizangela, repassei o apelo a Maria Thereza Lacerda, historiadora e escritora que recapitulou o estranho caso em seu último livro A Pedra do Caminho. A Elizangela, respondeu Thereza:

“Passaram-se mais de 30 anos e sei que ela está bem casada, no sul do País. Só as freiras da Escola São Vicente de Paula, na Lapa, poderiam saber do paradeiro dela. Evidentemente, estava traumatizada. Onde moravam os pais dela? Por que ninguém apareceu após a reportagem de capa da revista O Cruzeiro. Aqui estou para responder o que souber e puder”.

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Um mês depois, Elizangela voltou a dar notícias de Mônica:

“Thereza, como lhe disse antes, obtive contato com as freiras e chegamos até a fazer um DNA dela (Mônica) e de minha mãe, mas o resultado deu negativo. Gostaria de obter ajuda de alguém para realizar outro teste, pois a semelhança, as histórias, o tempo, os detalhes, são muuuuito iguais. Caso saiba de alguém que possa nos ajudar, agradeço. A Mônica não é mais casada, mora em Santa Catarina junto com a filha”.

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Pesquisadora histórica, Maria Thereza Lacerda pensou até em pesquisar os porões da ditadura, e ainda guarda a revista O Cruzeiro de 1.º de setembro de 1971. Com nossa ajuda, será que Elizangela consegue desvendar o mistério?