Maldição da múmia

A história não mente. Graças aos indefectíveis cientistas britânicos – aos quais sempre atribuímos as mais surpreendentes e bizarras revelações científicas –, podemos constatar que não há a menor dúvida: atrás de uma bola, vem sempre uma criança!

Não se sabe exatamente quando foram inventadas a roda e a bola – os cientistas britânicos ainda não chegaram a um acordo quanto a isso -, mas agora ficamos sabendo que o faraó Tutancâmon pode ter morrido atropelado por uma carruagem. Chamado de “faraó menino”, suas feridas foram comparadas, em um cenário simulado por computador, com as que o impacto de uma carruagem provocaria. O resultado aponta que o veículo se chocou contra o faraó enquanto estava de joelhos, o que esmagou sua pélvis e pressionou as costelas contra os órgãos vitais.

 Num outro cenário, podemos imaginar que o faraó de apenas 19 anos estava jogando futebol com seus servos, quando um deles mandou a bola bem acima do muro do palácio. Jovem e impetuoso, Tutancâmon saiu em disparada pelas ruas do Cairo. Ao se abaixar para apanhar a pelota, não viu a carruagem que vinha dobrando a esquina de uma pirâmide na absurda velocidade de 20 quilômetros por hora.

Como se sabe, a coisa mais parecida com um jogo de bola data do século II a.C. Na China o jogo era chamado de “ts’uhKúh” (cuju) e no Egito, apesar dos hieróglifos não registrarem, o precursor do futebol só pode ter sido o “faraó menino”.

Tutancâmon reinou no Egito durante um curto período da primeira metade do século 1.300 a.C. Além de ser coroado ainda sem barba na cara, ele será lembrado por suas terríveis maldições, que levaram à morte repentina inúmeros cientistas britânicos, além de um número incalculável de curiosos.

Se a maldição da múmia é atribuída a Tutancâmon, podemos concluir que a maldição no trânsito é consequência do histórico atropelamento do “faraó menino”. Desde então, o pedestre tornou-se um maldito.

– Sai da frente, sua múmia! – dizem hoje, do alto de suas carruagens, os condutores com 250 cavalos no motor.