“Lutando na Espanha” é o nome de um dos livros do escritor inglês George Orwell, também autor do celebrado “1984” – o que seria o “Big Brother” do futuro passado. No relato de sua experiência como combatente voluntário no lado anarquista e republicano da Guerra Civil Espanhola (1936-39), Orwell travava batalhas regulares com a língua espanhola, pois as batalhas reais eram de vez em quando.

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Além do escritor, só havia mais um inglês no quartel em Barcelona e ninguém, nem mesmo os oficias, falava uma palavra em outra língua: “As coisas não melhoravam em nada para mim – conta George Orwell – pelo fato de meus companheiros, ao falarem entre si, normalmente falarem em catalão. O único jeito de me virar era carregar por toda a parte meu pequeno dicionário, que sacava do bolso em momentos de crise. Mas antes ser um estrangeiro na Espanha do que na maioria dos outros países. Como é fácil fazer amigos na Espanha!”.

De fato, como é fácil travar amizade com os espanhóis. Especialmente para nós brasileiros, que falamos fluentemente o portunhol – idioma do qual o cartunista Tiago Recchia é o maior especialista no Brasil.

Bem mais difícil que o castelhano e o portunhol de Los Três Inimigos de Tiago Rechia é falar o catalão. No idioma da Catalunha sei apenas como se faz um brinde à mesa, mas o suficiente para fazer amigos em Barcelona:

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– Salud, y forza al canud!

A tradução é simples e “canudo” é exatamente isso que você está pensando: canudo!

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George Orwell, quando lutou em Barcelona ao lado de stalinistas e trotsquistas, montou guarda na torre do Teatro Poliorama. Na fotografia, a fachada do teatro com o relógio que marca a hora oficial de Barcelona.

Fica para amanhã mais uma lição do mestre George Orwell: “A palavra espanhola que nenhum estrangeiro pode deixar de aprender é “mañana” – amanhã!”.