Segundo o calendário aí atrás da porta, o inverno terminou oficialmente no dia 23 de setembro. Menos em Curitiba. Neste primeiro planalto, calendário tem serventia para lembrar o santo do dia. Os sinos podem bimbalhar no Largo da Ordem, ainda não é dezembro, mas bastam três dias de sol, céu de brigadeiro e o retorno do sobretudo ao cabide, para o curitibano perguntar: “Acabou o inverno?”.

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Verdade verdadeira, é que o fim do inverno curitibano só é sacramentado no dia em que aquele estupendo ipê da rodoferroviária floresce, quando as praças de Curitiba amanhecem amarelas em flor. Aí, sim! Acabou o inverno. E revogam-se previsões climáticas em contrário.

Mas há quem duvide. Os curitibanos de meia tigela, por exemplo. Para essas aves de arribação, temos outros sintomas que atestam o fim precoce do inverno curitibano.

O teste do vampiro. Se algum sortudo cruzar com Dalton Trevisan nas imediações do Teatro Guaíra sem o velho chapéu de polaco, aquele com abas cobrindo os ouvidos, pode virar a folha do calendário: acabou o inverno!

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O teste do sorvete. Curitibano de média quilometragem sabe que o melhor sorvete da cidade é o do Gaúcho, na pracinha do Cemitério Municipal. Se não é o melhor, o bolinho de carne do Bar Pudim também é uma atração. Praça cheia, todo mundo lambendo sorvete ou bebendo cerveja no Pudim, acabou o inverno!

As mocinhas da cidade. No inverno, elas não dançam tão bem. Mas quando elas desfilam no shopping com vestido de alcinha e com o topete resplandecendo, pode tirar pra dançar. Não é a alcinha, é o topete que decreta o fim do inverno!

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O teste do avião. Partindo alhures, com destino a Curitiba, e o voo chega no horário, sem retorno ao local de origem por falta de teto no Aeroporto Afonso Pena, milagre! Acabou o inverno!

Teste de paciência. Quem encontrar um bando de curitibanos vestidos de vermelho e preto, chorando e cantando em direção à Arena da Baixada, benza Deus! É a torcida atleticana a caminho de mais um longo e tenebroso inverno!