Estão abertas as inscrições para a eleição da Musa de Verão. Como vivemos num país bonito por natureza, qualquer um pode ser candidato. Apesar do verão ainda não ter mostrado a sua cara, nesta temporada festiva um homem ganha a cena e pode quebrar a tradição e ser escolhido o “Muso do Verão” de 2010.

continua após a publicidade

A honraria de verão pode ir para o currículo de Ricardo Amaral, ex-jornalista e empresário da noite, a lenda viva das noites cariocas que acaba de lançar um livro que vai estar embaixo de nove em cada dez barracas de praia da orla brasileira. Ao lado do último livro de Chico Buarque (“Leite Derramado”) e da revista Caras, as memórias de Ricardo Amaral (“Vaudeville”) serão o “ti-ti-ti” deste verão, que tinha tudo para ter Dilma Roussef como candidata única a “Musa do Verão”.

Para quem está fazendo regime, com a intenção de não fazer feio na estação, adverte-se: o livro de Ricardo Amaral é absolutamente light. Tem muitas gorduras no texto, mas nada que impeça a fácil digestão na praia ou na piscina. Sem qualquer malefício ao fígado (ou ao humor), só não espere que as memórias do criador de luxuriantes casas noturnas no Brasil e no exterior venham com algum extrato de pimenta na sua fórmula até certo ponto “familiar”. Como adverte o autor, “quem espera um livro eminentemente picante vai se decepcionar. Sem falsa modéstia, sou, como poucos, conhecedor dos bastidores do mundo social, empresarial, político e artístico destas últimas seis décadas, mas… Quem sabe outro livro? Agora eu conto apenas um pouquinho!”.

Para quem já está com o livro na lista do verão, junto com o protetor solar, diga-se que, do pouquinho que Amaral conta, tem histórias como estas:

continua após a publicidade

********

“Dr. Baby, posso perguntar uma coisa? – indagou o porteiro Branca de Neve, um crioulo retinto supersimpático, ao Baby Monteiro de Carvalho, enquanto este esperava seu carro na porta do Open (N.R. Uma das poucas boates de Ricardo Amaral que não deram certo). Como sempre, educadamente, Baby respondeu que sim. “Por que o senhor, dono da Volkswagen, anda de Mercedes Benz?”. A resposta não foi difícil, numa época em que a Volkswagen somente fabricava automóveis de pequeno porte. Mas como o carro demorava a chegar, carinhosamente, Baby perguntou: “E seu carro, qual é?”, seguido da resposta de Branca de Neve informando que naquele momento estava andando a pé. Baby sacou seu cartão pessoal, escreveu algo e deu a Branca de Neve. Indicando que ele se dirigisse à Concessionária Besouro: “Vale um carro!”. Provavelmente essa é a maior gorjeta que algum porteiro já recebeu no mundo, pelo menos que eu saiba”.

continua após a publicidade

*******

Das mil e uma noites de Ricardo Amaral tem até história que, se não fosse veraz, pareceria piada de gaúcho. Conta ele que, numa daquelas noites desvairadas um senhor muito elegante começou a gritar:
– Vera! Vera!
Ela, sóbria, elegante e timidamente do outro do salão, responde:
– Olá, Luiz Vicente!
Ele, então, de forma insperada, surpreendente e aos berros, declara:
– Vera! Vera! Quero beijar a boca do teu marido!
Sorrisos amarelos e mais constrangimentos:
– Vera! Vera! Quero muito comer o (#) do seu marido!
Os garçons acudiram, o gerente correu para abafar, quando dirigiu-se à mesa um gaúcho alto e forte que, educadamente, com voz grave e grossa, disse:
– Estou passando momentos agradáveis com amigos e não gostaria mais de ouvir gracinhas a respeito de seus desejos sexuais. Peço mais compostura.
Houve silêncio e mais constrangimentos. Em seguida, o tal do Luiz Vicente voltou à carga:
– Vera! Vera! Eu não quero mais nem beijar nem comer o seu marido, agora eu só penso em comer o (#) de um gaúcho bem grande e bigodudo!
Foi um Deus nos acuda, Vera era mulher do costureiro Denner.