Heróis da Baixada

Infeliz do país que precisa de heróis. Feliz é o Clube Atlético Paranaense que necessita urgente de super-heróis. Quando as autoridades do Paraná – ao sentirem a água batendo na bunda – juraram de pés juntos que iriam fazer o possível e impossível para terminar as obras da Arena da Baixada, não só abriram os cofres da viúva e arregaçaram as mangas, como também pediram socorro a Deus e aos heróis das histórias em quadrinhos para agilizar os serviços.

Para compensar a falta dos gigantes guindastes que estão em falta no Brasil – não havia em território nacional guindastes suficientes para os estádios da Copa -, contrataram o Super-Homem e, como regra três, o Incrível Hulk. Quando o bacana da Fifa quis sabe de onde viriam os milhões para prover aquele saco sem fundo, Mário Celso Petraglia teria respondido: “Elementar meu caro, JêrómeWalcke, esta é uma tarefa para o Mandrake!”.  Sem nenhuma mágica, toda a tecnologia empregada na Arena da Baixada ficou a cargo do Flash Gordon, o super-herói que fará do projeto de Mario Celso Petraglia um estádio futurista.Outro setor que muito aflige os diretores rubro-negros é a questão de segurança, preocupados com possíveis atentados por parte das falanges do Alto da Glória. Para este setor, foram contratados Batman e Robin. A dupla em permanente vigilância desde a caverna de Gotham City.

Como se fosse pouco, trabalham ainda na Arena da Baixada a Mulher Gato; Tarzan, Jane e a Chita; Jim das Selvas;Fantasma e Capeto; Dick Tracy; Nick Holmes; o agente secreto X-9; Capitão Marvel; Capitão América; o Surfista Prateado; Homem-Aranha; Príncipe Valente; Barbarella e Valentina; o Homem de Ferro para fiscalizar pessoalmente a concretagem e por último, porém não menos importantes, os bravos trabalhadores  haitianos. Estes sim, verdadeiros super-heróis que sustentam os trabalhos desde o início. 

Com esse grupo de colaboradores, são grandes as possibilidades de o combinado não sair caro, dentro dos conformes para o dia 18 de fevereiro, a data marcada para levarem Beto Richa, Gustavo Fruet e demais autoridades públicas ao patíbulo.

Mas tudo seria em vão, não fosse a prestimosa colaboração de São Pedro. Sem cair uma gota d´água desde o dia em que caiu um raio na cabeça do Petraglia, tudo indica que houve alguma intercessão divina para não causar nenhuma espécie de interrupção nos trabalhos. Se Deus não é brasileiro, pelo menos São Pedro é atleticano!