Não são poucos os românticos a sonhar com o futebol leal, elegante, risonho e franco. À frente desse time, o jornalista Carlos Alberto (Nêgo) Pessôa. Ao lado de quem não só me alinho, como ainda defendo a anulação do gol contra. Uma falha que, quando atinge nossas cores, é pior que um tiro no próprio pé. Por se tratar de um acidente de trabalho, o gol contra devia ser apenas penalizado com um cartão amarelo ao perna-de-pau que o perpetrou.

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É uma incongruência, mas um belo exemplo de gol contra foi esse do Rivaldo que deu o empate ao São Paulo e tirou a preciosa vitória do Atlético Paranaense. Seja lá como aconteceu aquela anomalia, mas o gol marcado de joelhos pelo atacante Rivaldo, aos 45 minutos do segundo tempo, lembrou gol contra de zagueiro perna-de-pau.

Outro exemplo de gol foi cometido pela Prefeitura Municipal de Curitiba. Não se sabe o autor da façanha, para os devidos créditos. No entanto, o gol contra já está sendo atribuído ao prefeito Luciano Ducci. Como se diz na crônica esportiva, o zagueiro da prefeitura matou a bola no peito e, com toda a autoridade, desferiu um petardo contra as próprias redes ao desautorizar a tradicional festa de cultura e gastronomia denominada Rua da França, que há dois anos é realizada em frente à Aliança Francesa.

Para anotar esse gol contra, o desconhecido perna-de-pau da prefeitura alegou que a Rua da França, que é realizada na tranquila quadra da rua Prudente de Morais, entre a Augusto Stellfeld e a Saldanha Marinho, vai tumultuar mais ainda o trânsito de Curitiba. É inacreditável, mas a justificativa de embargo diz que, como o trânsito da cidade já está prejudicado pelas tantas obras em curso, o fechamento daquele pequeno trecho da Prudente de Morais iria causar um pandemônio em Curitiba. E isso numa tarde de sábado.

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A rua é o quintal, a sala de visitas e o salão de festas, ensinaram os franceses aos arquitetos e urbanistas daqui que foram estudar em Paris, graças à Aliança Francesa que promove a Rua da França. Se não fosse por isso, que a Prefeitura liberasse o evento na Prudente de Morais em respeito à memória de madame Hélène Garfunkel, “mãe” das bolsas de estudo na França e de Fanchette Rischbieter, que foi fundamental para transformar Curitiba em exemplo de bom urbanismo. Um bom urbanismo que prega que se respeitem as manifestações de rua da população, custem o que custarem.

A festa de rua vai ser festa de pátio interno, na sede da Aliança Francesa que fica na antiga fábrica de fitas Venske.

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Prefeito Luciano Ducci, anule esse gol contra.