Para abrir os trabalhos etílicos do Natal, os especialistas aconselham coquetéis variados, seguidos dos vinhos harmonizados com a tradicional ceia natalina. Destilados mais agressivos, como os escoceses, jamais! Há controvérsias, mas muitos sustentam que o puro malte se harmoniza exclusivamente é com o fim do expediente. Feito para ser tomado ao anoitecer, porque depois disso ele é que nos carrega noite adentro. 

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No bimbalhar dos sinos e dos copos, aos mais velhos a primazia dos brindes. Assim, obedecendo à hierarquia, é com Ernest Hemingway que podemos fazer o primeiro brinde de Natal com um “mojito”, seguido de uma saudação à filosofia de vida do escritor: “Um homem não existe até que fique bêbado”. 

Para os eflúvios natalinos, Truman Capote ofereceria aos colegas jornalistas e escritores um “Screwdriver”, seguido de uma frase dita com sua inconfundível voz fanhosa: “Esta profissão é uma longa caminhada entre um drinque e outro”; e nos daria a receita do que chama de “meu drinque laranja”: 60ml de vodka; 200ml de suco de laranja fresco, meia rodela de laranja. 

Do ponto de vista do humorista, colunista de jornal e ator Robert Benchley, “beber torna as pessoas tão tolas, e as pessoas já são tão tolas para começar, que é contribuir para um crime”. Benchley não bebia, até provar o primeiro coquetel de sua vida, o “Orange Blossom”. O escritor F. Scott Fitzgerald, que na época milagrosamente estava totalmente abstêmio, tentou demover Benchley de beber “Orange Blossom”:

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– Você não sabe que beber é uma morte lenta?

– Ao que Benchley respondeu, dando o primeiro gole:

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– Mas quem está com pressa?

Porque bebes tanto assim, rapaz? Poderíamos perguntar a Scott Fitzgerald que, como sempre, estaria com “Gin Rickey” na mão (gim, limão Taiti e club soda). 

Ele responderia, brindando Papai Noel:

– Primeiro você toma um drinque, então o drinque toma um drinque e depois o drinque toma você!

Boas festa, dentro de uma certa temperança, e que os fluídos natalinos nos inspirem para o ano que está por vir.