Fim de novela

Se existe um presente de Natal pelo qual os atleticanos estão clamando é uma assinatura. A assinatura do presidente Mario Celso Petraglia no acordo entre o clube e o poder público, documento que pode acabar de uma vez por todas a novela da Arena da Baixada. Nesse empurra de um lado, empurra de outro, o sonho do estádio pronto e acabado já virou piada.

Contam que um rubro negro e um coxa branca andavam juntos pela rua (coisa rara) quando, de repente, encontraram uma lâmpada mágica. O atleticano não pensou duas vezes e pulou em cima da lâmpada. Rapidamente, ele esfregou a lâmpada e o Gênio apareceu. Ao vir à luz, o Gênio se deparou com os dois discutindo, pois o coxa argumentava que os dois haviam encontrado a lâmpada e, portanto, ambos deveriam ter direito aos pedidos.

Gentilmente, o Gênio agradeceu aos dois por terem-no libertado das trevas e disse que concederia um desejo a cada um deles. O rubro negro, então, disse que seu desejo era ver a Arena da Baixada concluída. E que fosse criado dentro da Arena um país onde somente existissem atleticanos, pátria da tão sonhada “Nação Rubro Negra”. Pediu ainda que os membros desta nação não se misturassem com os outros, pois segundo ele, os demais seriam as escórias do mundo. E pediu mais, o atleticano: queria um muro com dez metros de espessura e cinquenta de altura em torno de toda a Baixada, para que ninguém pudesse mais entrar, nem sair.

Dito isso, o Gênio estalou os dedos… e pronto! Foi criado o tal país, com o fabuloso muro em torno da Baixada.

Então chegou a vez do coxa branca, que perguntou:

– Gênio, esse muro tem mesmo cinquenta metros de altura?

– Com dez metros de espessura, nem mais nem menos.

– E é muito resistente?

– Concreto de primeira!

– A obra está acabada, ou só pela metade?

– Está acabadíssima!

– E os atleticanos estão todos lá dentro?

– Sim, meu amo!

– Não dá pra entrar nem para sair ninguém de lá?

– Não escapa uma viva alma, meu amo!

– Então, Gênio, eis o meu pedido: enche aquilo de água e não se fala mais nisso!