Jaguara, o animador de velórios dos Campos Gerais, está com a agenda mais cheia que gerente de banco no finalzinho de ano. Quando bimbalham os sinos natalinos é sempre assim, os filhos de Deus se apegam a qualquer coisa que lhes traga um certo conforto espiritual, justamente a especialidade do Jaguara.

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Só ontem foram recusadas três apresentação para o Natal e Ano Novo. Uma delas foi solicitada pela Associação dos Acionistas da Petrobras. Com o clima de velório da Bolsa de Valores, num só dia as ações da Petrobras desvalorizaram R$ 24 bi, muito mais do que os R$ 15 bi que a dona Dilma arrecadou com o leilão do campo de petróleo de Libra.

Apesar dos insistentes pedidos dos Mensaleiros, o Jaguara não vai poder animar o réveillon do presídio da Papuda, como era o desejo do Zé Dirceu. Infelizmente, porque a festa de fim de ano na cadeia dos Mensaleiros será de fazer inveja até às celebridades da Ilha de Caras. Corre o zum-zum-zum nas celas da Papuda que aquele panamenho pobre, dono do Hotel Saint Peter, viria animar a rapaziada fantasiado de Papai Noel. Será uma bela festa, enfim, pois só mesmo o Zé Dirceu pra acreditar em Papai Noel.

Todo sucesso tem o seu preço. E o preço do sucesso do Jaguara, o consagrado animador de velórios dos Campos Gerais, será passar os meses de dezembro, janeiro e fevereiro estimulando com sua graça os trabalhos de conclusão da Arena do Clube Atlético Paranaense. Nessa obra comparável à construção do Coliseu de Roma, Jaguara terá a mesma função de um faraó animando seus escravos na construção das pirâmides. Como se fosse o mestre de obras dos Jardins da Babilônia.

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Assim como Nelson Rodrigues, o Jaguara está trabalhando mais que remador de Ben-Hur. E não é para menos, porque esses três meses finais de trabalho na Arena da Baixada equivalem para a torcida atleticana à travessia do Mar Vermelho. Ou a uma volta ao mundo em noventa dias num caminhão guindaste dirigido por Mário Celso Petraglia, o Imperador dos Imperadores.