Jaguara, o Animador de Velórios dos Campos Gerais, recebeu uma irrecusável proposta para se associar a uma nova funerária em Brasília. Pelos cálculos do investidor, será um negócio milionário, de tanto político no bico do corvo. 

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E como o circo não pode parar, nem mesmo perante a morte, a ideia é abrir uma funerária única no mundo, especializada na produção de festas para velórios. A animada família enlutada procura a funerária da alegria e passa o perfil do falecido. Se o sujeito cultivava o prazer de reunir os amigos para jantar e degustar vinhos de boa cepa, muito fácil. A funerária do Animador de Velórios dos Campos Gerais providencia um amplo salão de festas com cozinha anexa, contrata um reconhecido somelier, com sua bem provida carta de vinhos e está feito o féretro festivo. Com o falecido estendido na mesa principal, entre os cabernet sauvignon, merlot, pinot, chianti e demais vinhos de sua adega .

Nas devidas proporções, seriam velórios no velho e bom estilo do Jaguara aqui nos Campos Gerais. A única diferença é que em Brasília os amigos enlutados são capazes de requisitar um avião da FAB para lançar as cinzas do saudoso em Nova York, com a presença de amigos, assessores e parentes.

Almas sensíveis podem se sentir chocadas com a novidade mercadológica, mas nos altos escalões da República não são poucos foliões dispostos a não perder nenhuma chance de gastar o dinheiro público em comemorações, mesmo depois de mortos.

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No Brasil, há muito já se adotou o hábito de puxar aplausos para defuntos famosos, quando o caixão é alçado à tumba. Principalmente na presença das câmeras de televisão, ao vivo.De vaias e apupos com o corpo presente, ainda não se tem notícia. Deve ser pelo caráter cordial do brasileiro. Mesmo sendo um juramentado canalha, o defunto tem direito a um minuto de silêncio até no Maracanã.

Dentre as novidades que a nova funerária vai apresentar à clientela da Capital Federal, de grande procura será o guardamento antecipado. A festividade do adeus com bastante antecedência.

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Seria o caso do senador Renan Calheiros. Desde já ele merece um carnaval fúnebre, com muito foguetório e cerveja, trio elétrico, bateria da Mangueira, ruidosas manifestações de júbilo nos proclamas para o velório de mais um político que já morreu e não sabe.