Jaguara, o Animador de Velórios dos Campos Gerais, está mais feliz que gordo enfiado numa camiseta regata. E não podia ser por menos, porque o ano está terminando no tipo: festa reinauguração do Palácio Iguaçu, festa para Iemanjá na Ilha das Cobras, e festa na Assembleia com Nelson Justus governador.

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“É muito champanhe para o meu gosto”, confessa o Jaguara, já se preparando para a agenda lotada de fim de ano: “Como se não bastassem os meus compromissos já assumidos em Brasília, encarregado que fui de animar os féretros de alguns ministros do Lula”.

O primeiro compromisso começa hoje e vai até dia 9 de dezembro, durante a semaninha em que o deputado Nelson Justus encarna o papel de Governador do Paraná. Neste período, a presidência do Legislativo paranaense ficará sob a responsabilidade do deputado Antonio Anibeli (PMDB), vice-presidente da Casa. O que é garantia de outras festas nos salões legislativos.

Justus, “agora bem carçado nas urnas”, assumirá o troninho de governador devido a participação de Pessuti na conferência das Nações Unidas (ONU) sobre o clima no planeta, que está acontecendo desde segunda-feira, em Cancún, no México. Oficialmente o motivo da viagem é esta. No entanto, dizem as más línguas, extraoficioalmente governador irá a Cancun com a única finalidade de buscar inspiração nas ilhas do Caribe para as festas de fim de ano. Dizem ainda os que sofrem do mal da inveja que, em Cancun, o grupo de trabalho vai se deter com mais vagar na programação de reveillón dos hotéis, cujos cardápios serão copiados para o reveillón nas Ilha das Cobras.

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Com 22 quilômetros de “playas”, divididos entre lagoa e mar, as divertidas noites que fazem de Cancun um dos destinos turísticos mais visitados do mundo não podem ser comparadas com as noites do litoral paranaense, mas também nada se compara à privacidade da Ilha das Cobras. Sem penetras, longe das câmaras fotográficas e de TV, protegido pela guarda pessoal, a passagem de ano será inesquecível para uma centena de convidados especiais. Depois das sete flores brancas à Iemanjá, os sete baguinhos de uva, os sete pulinhos nas ondas, Pessuti e família voltam de helicóptero para a vida real e transferem sete abacaxis para Beto Richa em cerimônia rápida no Palácio Iguaçu.

O jornalista Zé Beto observa um detalhe curioso no bota fora do casal Pessuti a Ilha das Cobras: como na história da gata borralheira, à meia-noite em ponto terminará o feitiço e tudo será como antes: “O casal deixa de ser anfitrião e se transforma em penetra”.

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“A festa na Ilha das Cobras será mais bonita que laranja de amostra”, garante o Animador de velórios dos Campos Gerais. E ainda argumenta em defesa do governo que, segundo ele, “está passando pra frente a alça do caixão”. Segundo o Jaguara, “o ex-governador Roberto Requião, mordido de inveja, anda espalhando que o Pessutão está afundando a rolha, mas ele se esquece que quem nasce em Califórnia (aqui no Paraná, por favor) também é filho de Deus. Tem os mesmos direitos, pode fazer as mesmas festas que a família Requião promovia no litoral paranaense, quando o primeiro irmão Eduardo era donatário da Baía de Paranaguá”.

Com tantas festas chapa branca na agenda, o Animador de Velórios dos Campos Gerais não teme ser perseguido pelo próximo governo: “Não tenho medo de buía de cesto”, desafia o Jaguara, com uma expressão de Ponta Grossa: “Quando um burro que carrega dois cestos não é experiente, ele se assusta ao passar por um lugar estreito em que os cestos enroscam, fazendo barulho. Ou buía”.

E já que o negócio é dar “adeus à Tia Chica”, o Jaguara assim encerra o palavrório: “Nesse negócio de política, a minha parte vocês me dão em dinheiro”.