Quem assistiu “Toy Story”, desenho animado de 1979 ficou maravilhado com a animação por computador. Foi um salto tecnológico extraordinário desde a invenção americana do zoótropo, em 1867, entretenimento caseiro com imagens rodando em sequência para dar a ilusão de movimento.

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Pois este ano, em Madrid, o estúdio da Disney realizador de “Toy Story” comemora um belo jubileu de prata com a exposição “Pixar, 25 Anos de Animação”, no espaço Caixa Forum, no Paseo del Prado. Vai até 22 de junho.

Muitos filmes de animação sucederam aquela primeira experiência, entre eles os inesquecíveis “Procurando Nemo”, “Os Incríveis” – primeiro com protagonistas humanos – e “Ratatouille” – o primeiro a ter um cenário real, Paris.  Mas nada teria acontecido sem a arte. Quem diz é o diretor de criação da Pixar, John Lasseter: “Os computadores não criam a animação por computador, da mesma forma que o lápis não cria a animação a lápis. Quem cria a animação por computador é o artista”. E reforça: “a arte põe a tecnologia à prova e a tecnologia inspira a arte”.

Para ele, os fundamentos do filme de animação são três: o personagem, que é um veículo para a trama; a história, que representa três quartos da criação; e o mundo, que é o universo onde se passa a história e onde vivem os personagens. É imaginário, mas parte de princípios reais, como a cor da água do mar em torno de uma ilha, ou os tons de preto e cinza de um planeta poluído, ou uma floresta em plena vitalidade, ou as casas de uma cidade com pessoas e num tempo determinado, ou o movimento de um robô, ou a expressão de um peixinho que se perde de seu pai na vastidão do oceano. Ou a cor, o tamanho e a textura da cereja que faz parte da cozinha de Ratatouille, o ratinho chef em Paris.

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A exposição mostra o lado avesso dos filmes de animação: como são feitos, de onde surge a trama e como se desenvolve até chegar aos cinemas. Até chegar ao computador, há um imenso trabalho prévio e em equipe. Desenho, pintura, escultura e aquarela fazem parte dos ensaios exaustivos até o desenho final. E uma impressionante animação foi produzida especialmente para abrir a exposição, passando do esboço ao desenho final sem etapas intermediárias, na forma de um filme em 3D que é visto sem óculos especiais numa tela de aproximadamente 3 por 20 metros. O resultado é um poema animado de técnica, beleza e emoção. Estupendo, como diriam os espanhóis.