Curitibano da cepa, ou de quatro costados, é o devoto que no dia13 de junho tem encontro marcado com Santo Antônio na tradicional festa da Igreja do Senhor Bom Jesus dos Perdões, na Praça Rui Barbosa, junto à Santa Casa de Misericórdia de Curitiba. No dia do santo casamenteiro o pátio da Paróquia Bom Jesus é pequeno para o ir-e-vir da multidão. É gente que passa e passa, um pulinho dentro da igreja para rezar e uma parada nas barraquinhas ou no salão, onde tem comida, objetos artesanais, imagens de Santo Antônio em vários tamanhos, da medalhinha metálica à grande escultura em gesso, velas, fitinhas e o pão dos pobres em duas versões: o fermentado para comer e o sequinho, que não embolora, pra guardar o ano inteiro dentro da lata de açúcar e garantir a fartura em casa.

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Outra tradição é o bolo. Há uma enorme fila que dobra a esquina da Praça Rui Barbosa para comprar uma fatia do bolo de Santo Antônio. Em muitos pedaços há imagens minúsculas do santo. Quem for “premiado” vai, na certa, conhecer o par e se casar em breve. E os freis franciscanos, em seus hábitos marrons com cordão à cintura, não se cansam de abençoar a multidão.

Outra das atrações da festa é a mensagem de Santo Antônio aos seus seguidores, para usar a palavra que agora pertence aos internautas. Este ano a frase que me coube foi esta: “Aquele que possuir uma torre mais alta que os outros, deve rebaixá-la ao nível geral”. Embrulhada num papel azul, guardei o recado para pensar em casa, enquanto marcava com Santo Antônio um novo encontro com ele em 13 de junho do ano que vem, desta feita em Portugal, na tradicional festa de Santo Antônio de Lisboa.

Mais conhecido como Santo Antônio de Pádua, por ter sido professor de sua ordem em Padova (Itália), Santo Antônio nasceu em Portugal no ano de 1195, com o nome de Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo e, apesar de não ser o padroeiro da cidade (o titular é São Vicente), é o santo reverenciado pelo povo de Lisboa. E também devotado pelo povo de Curitiba, que ontem foi buscar, na Igreja do Senhor Bom Jesus dos Perdões, nove toneladas de bolo do santo casamenteiro.

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