Se existe “um lugar” nos mares do sul, esse lugar é o bar flutuante Balanço do Mar, na enseada da Caixa d´Aço, cantinho de águas protegidas na Baía de Porto Belo, em Santa Catarina. Mais que ponto de encontro flutuando na enseada, “o lugar” é um consulado do Paraná nas águas de Santa Catarina. O paranaense de Maringá Edgar Eidam o honorável cônsul que, desde o verão de 1998, já atracou as mais de 1.500 embarcações registradas nas placas que forram as paredes externas do quiosque.

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Navegantes não registrados são outros milhares. Vêm degustar ostras e mariscos criados sob o piso de madeira do flutuante, sob os cuidados do filho Eric, nascido em Telêmaco Borba, navegante e oceanógrafo que também faz às vezes de gourmet, garçom e manobrista de todos os calados.

Oriunda do norte do Paraná, a família Eidam descobriu o mar do paraíso por acaso. Em 1993, economista aposentado da Klabin, Edgar se aventurava pelas estradinhas de barro que envolvem Porto Belo. Ali encontrou terreno à venda, numa encosta que desce até frondosa árvore junto às águas. Procurou o proprietário, que por suposto só podia estar no único bar da vila de pescadores do Araçá. E estava, lendo livro: o elegante senhor que fazia tipo exótico entre pescadores era o renomado arquiteto Alfred Willer, primeiro presidente da Fundação Cultural de Curitiba. Por 45 mil dólares, a transação só foi efetivada no ano seguinte e hoje a vivenda dos Eidam, com projeto do arquiteto curitibano Ariel Stele, se esconde atrás do arvoredo, à direita de quem entra na enseada.

A ideia de atracar uma petiscaria flutuante no meio da enseada foi de Eric Eidam. Estudante de Oceanografia, construiu um pequeno deck de madeira para o cultivo de ostras, estudo necessário à sua tese acadêmica. No verão de 94, começou servindo cerveja em lata, ostras, mariscos, sal e limão para os costumeiros pilotos e velejadores da Caixa d´Aço, até chegar ao atual cardápio que atiça a gula de paranaenses de vários naipes.

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