Ao ser apresentado à angustiada torcida atleticana, o uruguaio Santiago “El Morro” García explicou a origem do apelido “Morro”.

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Segundo o atacante, foi uma maneira de evitar outros apelidos que o incomodavam. “Quando era garoto, as mães dos meus amigos me chamavam de Negro, Negrito, e a minha avó não gostava, (então) me chamavam de Morrocollo, Morrongo, Morrón, Morrín, e ficou Morro porque era mais curto para dizer”, afirmou. Apesar da camisa rubro-negra levar o nome “García” às costas, Santiago confidenciou que gostaria de ser chamado apenas de Morro. Simples assim.

Sem antes consultar o cartunista Tiago Recchia, o maior especialista em “portunhol” da América Latina, fui ao Google conferir a veracidade da senhora mãe do nosso caríssimo (e bota caríssimo nisso) Santiago Garcia.

A princípio achei que a origem da alcunha (em espanhol apelido é o sobrenome) viria da pele morena dos povos árabes do norte da África, alguns dos quais vieram a conquistar e ocupar a Península Ibérica por quase 800 anos. Ou seja: em português, “mouro”. Em inglês, “moorish”; em francês, “maure” ou “mauresque”; em italiano “moresco”; em alemão “maurisch”; e na Espanha “el moro”.

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Por outro lado, seguindo a pista da mãe de Santiago Garcia, fui buscar a tradução da palavra “morrongo”, a mais próxima do diminutivo.

Na Colômbia denota uma pessoa preguiçosa, que demonstra pouca vontade de trabalhar. Aqui no Brasil “morrongo, neste sentido, seriam os baianos. Exemplo: “No quiero trabajar con Mariana, es una morronga, vamos a demorar mucho!” Ou também pode significar uma pessoa falsa. Exemplo: “Maria es un morronga, se ve tan santa, pero en realidad no es así”. Na Espanha “morrongo” é um “mala”. Um chato de galocha. Exemplo: “¡Qué morrongo eres!”.

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Já na Argentina, a palavra “morrongo” tem o sentido de um pequeno gato. Exemplo: “Mi morrongo es muy mimoso!” E em Porto Rico “morrongo” é órgão sexual masculino avantajado: “Se le nota el morrongo”.

Depois de uma estreia apagada, quando muitos já achavam que o atacante era preguiçoso, um falso goleador, e que mais uma “mala” teria sido adquirida pela atual diretora, o “mouro” mostrou a que veio. Não seria mais um Rafael Moura.

No sábado, El Morro fez a preliminar de um fim de semana uruguaio. A Celeste sagrou-se campeã Sul Americana e Morrongo abriu o caminho para tirar Marcos Malucelli do inferno.

Que seja eterno enquanto dure o caso de amor entre o uruguaio e o Furacão. E que a torcida continue a tratá-lo como um gatinho “muy mimoso!”. Porque de resto, “se le nota el morrongo”.