Jaguara, o Animador de Velórios dos Campos Gerais, na tarde de ontem cumpriu sua agenda de trabalhos com os vereadores de Curitiba. “Foi um dia movimentado demais da conta”, segundo ele: “Como dizem lá em Ponta Grossa, a carne e a maionese não deram nem pro cheiro. Só sobrou a verdura”.

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Dia 23 de agosto é uma data pela qual o Animador de Velórios guarda o maior respeito. No calendário grego celebra-se a formosa Nêmesis, a deusa defensora da memória dos mortos e dos zumbis. Também considerada a Deusa da Vingança, Nêmesis era contra o orgulho, a arrogância e a justiceira de quem não cumpria as leis.

Divindade que distribuía tanto a boa quanto a má sorte, chamada ainda de Deusa da Noite, ela representa a força encarregada de abater o orgulho dos reis: “Tudo que se eleva acima da sua condição, tanto no bem quanto no mal, expõe-se a represálias dos deuses. Tende, com efeito, a subverter a ordem do mundo, a pôr em perigo o equilíbrio universal e, por isso, tem de ser castigado, se pretende que o universo se mantenha como é”.

Por coincidência, no mesmo dia em que o Jaguara iria fazer uma palestra sobre o sentido atual do que muitos chamam de Nêmesis, o vereador João Cláudio Derosso foi ouvido pela segunda vez pela Comissão de Ética, agora em caráter secreto para que a população não tome conhecimento de detalhes de sua vida íntima, as circunstâncias que favoreceram com contratos privilegiados a empresa da mulher, a jornalista Cláudia Queiroz Guedes.

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Atualmente, explicou o Animador de Velórios, o termo Nêmesis é usado para descrever o pior inimigo de uma pessoa. Alguém ou algo que é exatamente o oposto de si, mas que é, também, de algum modo muito semelhante a si.

Para exemplificar, o Jaguara citou Fernando Henrique Cardoso como a Nêmesis do Lula. O verso e o reverso que enquanto se admiram, também são inimigos um do outro. Ou o caso do Roberto Requião, que fez do Jaime Lerner o seu arquiinimigo, algo que o anula, mas inconfessadamente nutre-lhe um grande respeito e admiração. No Atlético Paranaense, continuou o Jaguara, a Nêmesis do Marcos Malucelli é o Mario Celso Petraglia. E na Assembleia Legislativa a Nêmesis do Valdir Rossoni é o Aníbal Curi. Um do bem outro do mal, ou vice-versa, dependendo de quem olha.

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–  E quem seria a Nêmesis do vereador Derosso, perguntou alguém da plateia. Por acaso não seria a vereadora Renata Bueno, que para muitos também é uma verdadeira deusa?

–  A Nêmesis do Derosso –  encerrou o Jaguara – , é a sua bela e formosa esposa. Muito semelhante a si, ele dorme com o inimigo.