Curitiba tem e teve vários donos. Assim como Dalton Trevisan é o dono da palavra escrita, Jaime Lerner é o dono dos cartões-postais da cidade; Ney Braga foi o dono do poder, Avelino Vieira foi o dono do dinheiro; Hermes Macedo o dono das lojas, Evangelino da Costa Neves o dono do Alto da Glória; Joffre Cabral e Silva o foi o dono do Furacão.

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João de Pasquale foi o dono da praia, lá no Passeio Público; Dono do Tipiti-Dog foi João Paulo de Oliveira Mello, pioneiro do x-salada; assim como Júnior Durski é hoje o dono do Madero; dona Flora Madalosso a senhora de Santa Felicidade, assim como Délio Canabrava é dono da Rua Itupava.
Dono da Assembleia Legislativa era o Aníbal Cury. Dono do Bigorrilho e das Mercês era Frei Pio, assim como o padre Gabriel Figura é hoje o dono da Igreja dos Passarinhos; dono da poesia era Emiliano Perneta, como Paulo Leminski ainda é; dono do Tribunal era o advogado Vieira Netto, assim como hoje o jurista René Ariel Dotti é o dono da banca.

Dono da Boca Maldita era o Anfrísio Siqueira, assim como o Zé da Bíblia hoje é o dono do Centro Cívico; dono das licitações era o Cecílio Rego Almeida, assim como o Joel Malucelli é hoje; dono da orquestra era o Genésio, assim como o Beppi era o dono dos solistas e o Saul Trumpet é o dono dos solos; Gilda era dona da Rua das Flores, assim como Oswaldinho era a rainha da Praça Osório; o contraventor Adolfo Becker era o rei do jogo do bicho, assim como o Afunfa era o dono da contravenção.

Assim como Erondy Silvério era o dono das lotações, quem será agora o dono do metrô? E quem adivinhar quem é o dono das empresas de ônibus de Curitiba ganha um vale-transporte do Donato Gulin.

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Dante Mendonça está de férias. Vale a pena ler de novo suas crônicas.

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