Em meio à marolinha que se transformou numa tsunami de alcance intercontinental, Dilma Rousseff tem a desfaçatez de nos dizer que, a exemplo do Lula, também não sabia de nada: “Fico pensando o que é que podia ser que eu errei. Em ter demorado tanto para perceber que a situação podia ser mais grave do que imaginávamos. E, portanto, talvez, nós tivéssemos de ter começado a fazer uma inflexão antes”, disse a presidente no início da semana, só faltando acrescentar que ela “era feliz e não sabia”.
Ou estamos muito enganados, ou a dona Dilma está precisando urgente de um cartomante para lembrar o passado, esclarecer o presente e prever o futuro. Seria o caso – talvez, quem sabe?- de enviar para o Palácio do Planalto a feiticeira Maria Sete Pelos, curandeira e última cabalista das margens do Rio Iguaçu, que recebe o espírito de uma taberneira alemã de Munique.
Em suas consultas, a bruxa do Iguaçu joga 13 tampinhas de cerveja (da mesma forma como se jogam búzios) e, depois de beber todas as 13 garrafas, decifra os sinais cabalísticos do século 16 para esclarecer eventos de ontem e de hoje.Quando perguntada sobre o que aconteceu com Dilma Rousseff, Maria Sete Pelos responde com o sotaque carregado da centenária taberneira de Munique:
– Quebrrrarrrom o Brrrasil! Estragarrram a macrrroeconomia, deterrriorrarram a micro e jogarram na lixo e que sobrrrava!
Como que hipnotizados pelo revoar das mariposas do Iguaçu, os discípulos da bruxa nem piscam quando alguém pergunta sobre o futuro da economia:
-Brrrasil estando em crise prrrofundo: recessão, desemprego crescente, alto grau de incerteza e paralisia dos investimentos e, o que é piorrr: estamos vendo apenas a ponta do iceberg! Nada garrrantido que a coisa vai melhorrrar, mas vai piorrrar para piorrr!
– A coisa está como o diabo gosta? – perguntam.
Maria Sete Pelos abre mais uma cerveja, joga a tampinha para o ar e, antes que caia sobre a mesa, aponta para o lado que ela vai rolar. Às gargalhadas, a bruxa responde:
– À meia-noite no meu quintal, nua da cintura pra cima e nua da cintura pra baixo, eu levo o diabo pra cama! E sabe o que ele me disse no ouvido? “Este país está ficando do jeito que o deputado Eduardo Cunha gosta!”.