Dias e noites na dúvida de sempre

Ninguém ainda decidiu ao certo, mas alguns dizem que a indecisão é uma decisão tomada para não decidir, outros já acham que a indecisão é capaz de levar qualquer um a perder o que ainda não tem.

Se perguntarem para Osmar Dias o que leva um político à contínua indecisão, o ex-senador vai pensar duas vezes para responder: “Não sei ao certo, amanhã eu respondo”. E se o acusarem de indeciso, ele fica um tanto alterado: “Eu, indeciso? Você tem certeza do que está falando?”.

Mais indeciso que um camaleão olhando para o arco-íris, Osmar Dias marcou para ontem o papel que terá nas eleições deste ano – contou o colunista Celso Nascimento, em sua coluna de toda quinta-feira na Gazeta do Povo, para se corrigir no mesmo parágrafo: “Não é mais: ficou para amanhã, sexta-feira, após o almoço reservado que terá com a presidente Dilma Rousseff – certamente disposta a convencê-lo a participar da chapa de Gleisi Hoffmann”.

Candidato a governador em 2006 (com 49,9% dos votos, perdendo para Requião por míseros 10 mil votos num universo de quase sete milhões de eleitores), em 2010 deixou de ganhar de Beto Richa (somou mais de 45% dos votos) depois de uma longa novela inspirada em Shakespeare: To be or not to be, that is the question!”.

Ser ou não ser, eis a questão a atormentar Osmar Dias. Poderia ser candidato a vice-governador de Glesi Hoffmann? Poderia ser candidato a senador? Poderia ser candidato a deputado federal? Ou seria candidato a coisa nenhuma e iria sair por aí cantando a plataforma de João Bosco e Aldir Blanc: “Não sou candidato a nada / Meu negócio é madrugada / Mas meu coração não se conforma / O meu peito é do contra /
E por isso mete bronca / Neste samba plataforma”.  

Osmar Dias é um político gente boa, da melhor qualidade. Respeitado por todas as facções, sem dúvida nenhuma. Só tem um defeito: devia estar filiado ao PSDB, pois foram feitos um para o outro. É um partido que um dia ainda vai descer do muro. Mas, quando isso acontecer, desce com uma perna de cada lado.

Na Copa do Mundo de 2010, quando perdeu por pouco para Beto Richa, escrevi que Osmar Dias seria o único vencedor naquele ano, pois só ela iria acertar o bolão da fase classificatória da Copa:

África do Sul e México: 1×1 / Uruguai e França: 0x0 / Inglaterra e Estados Unidos: 1×1 / Gana e Austrália: 5×5 / Itália e Paraguai: 4×4 / Nova Zelândia e Eslováquia: 3×3 / Costa do Marfim e Portugal: 0x0 / Nigéria e Coreia do Sul: 6×6.

No almoço de hoje com a presidente Dilma Rousseff, quem sabe Osmar Dias tome uma decisão, depois de tomar um bom vinho com os companheiros petistas. Antes disso, com certeza Osmar vai cravar suas apostas para o bolo da Copa do Mundo em Curitiba:

 Irã e Nigéria: 2×2 / Austrália e Espanha: 5×5 / Honduras e Equador: 0x0 / Argélia e Rússia: 1×1.