A exemplo de viajantes célebres, o advogado, historiador, montanhista e defensor da natureza Henrique (Vitamina) Schmidlin, 82 anos, registrou em mais de 21 mil páginas de seus diários, ao longo de mais de 70 anos, muito do que se passou no processo de transformação da população e natureza brasileiras. Com projeto já aprovado pela Lei Rouanet, os caderninhos de memória de Vitamina agora serão editados num alentado livro a ser lançado dentro de dois anos. Em homenagem ao criador do “boia cross” do rio Nhundiaquara, o vencedor da Regata de Pedalinhos do Passeio Público vai receber o Troféu Vitamina de Pedalinho.

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Quantos caderninhos você colecionou por essa longa vida?

Vitamina: Na realidade são duas configurações: uma coleção de diários exclusivamente pessoais que vem desde a juventude (década 40) e compreende 17 cadernos. A mais extensa é  a dos registros de viagens, excursões, incursões e outras performances. 

As anotações diárias sempre têm um assunto só ou são vários registros num mesmo dia?

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Vitamina: Nos pessoais são de caráter diário e os das incursões são exclusivamente do acontecer, da aventura em si.

Além das doces, as lembranças amargas também constam?

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Vitamina: Sim, inclusive os erros e acertos!

– Ao reler os diários, lhe ocorre o desejo de reescrever certos episódios?

Vitamina: Praticamente não os releio, exceto quando alguém deseja confirmar ou detalhar informações por ter participado da empreitada.

– Qual o seu mais remoto registro como montanhista?

Vitamina: O ano de 1939.

– Está no caderninho como você criou o “boia cross” do rio Nhundiaquara?

Vitamina: Sim, com certeza, pois exigiu várias incursões nos rios serranos e encontrar o curso d’água mais apropriado.

– A primeira Regata de Pedalinhos do Passeio Público vai para o caderninho?

Vitamina:  Com certeza irá para os dois registros: pessoal (diário) e o das aventuras.