Ao mostrar aqui na coluna os remendos nas calçadas de “petit-pavé” que as empresas públicas e privadas deixam para trás (“Mamãe, acabei!”), como se fossem pequenos inocentes fazendo cacaca no meio da sala de visitas, o escritor paranaense radicado no Rio de Janeiro Sergio Caldieri fez a seguinte observação, através do Facebook: “Achei as calçadas limpíssimas em Curitiba. Notei que os garis não têm muito serviço, pois não vi papel no chão. A foto deste remendo na calçada é o de menos. Aqui no centro do Rio e em Niterói, as calçadas de pedras portuguesas estão sempre soltas. E têm vários sapateiros de plantão para consertar os saltos quebrados das mulheres. E nos bairro as pessoas andam olhando para baixo para não pisar nas fezes dos cachorros”.

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Sempre atento com a cidade, o mestre jornalista Hélio Puglieli comentou a observação de Caldieri: “Aqui em Curitiba esse horroroso tipo de remendo é novidade, Sergio Caldieri”.

De fato, remendo como aqueles exemplares da Rua Carlos de Carvalho seriam o de menos, não fossem os curitibanos assim tão mal acostumados com detalhes tão pequenos da cidade. Se para um forasteiro já é um assombro a limpeza das nossas ruas, neste “Brasil diferente” (segundo Wilson Martins) queremos tudo muito bem feito, nos mínimos detalhes.

Se no centro da cidade, nossa sala de visitas, deixamos passar remendos como esses, bem podemos aquilatar as lambanças que as empresas públicas e privadas fazem nos bairros, no fundo do quintal. Isso quando existem calçadas, pois lá “onde o diabo perdeu as botas” os políticos só botam o sapatinho no barro em época de eleições.

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Nas últimas décadas temos tido bons prefeitos, ótimos funcionários públicos municipais, o que faz dessa cidade a referência urbana onde aquele tipo de remendo no “petit-pavé” é novidade. O que não é nenhuma novidade, quando sabemos que nove entre dez curitibanos são urbanistas. E quem não é também gosta de dar os seus palpites. Gente como Gisele Mendes de Paula, que em 1982 lutou com um filho no colo pela criação do Centro Cultural do Portão. Amanhã vamos contar o episódio dessa curitibaníssima que hoje mora em São Paulo.