Uma amiga portuguesa, Rita Bravo, vem nos alertar que se alguém está pensando em desistir do Brasil, que não vá para Portugal, onde a situação é a mesma. Ou até pior.

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A mensagem de Rita vem com uma frase da filósofa e escritora russo-americana Ayn Rand, nascida em 2 de Fevereiro de 1905 em São Petersburgo com o nome de Alissa Zinov’yevna Rosenbaum, mais conhecida como Ayn Rand, falecida em março de 1982, em Nova York.

Ficou famosa esta frase dela, que se aplica como uma luva para Portugal nos dias de hoje: “Quando te deres conta de que para produzir necessitas obter a autorização de quem nada produz, quando te deres conta de que o dinheiro flui para o bolso daqueles que traficam não com bens, mas com favores, quando te deres conta de que muitos na tua sociedade enriquecem graças ao suborno e influências, e não ao seu trabalho, e que as leis do teu país não te protegem a ti, mas protegem-nos a eles contra ti, quando enfim descubras ainda que a corrupção é recompensada e a honradez se converte num auto-sacrifício, poderás afirmar, taxativamente, sem temor a equivocar-te, que a tua sociedade está condenada” (Ayn Rand).

Bem antes da morte de Eduardo Campos – com licença do Zuenir Ventura – a pergunta já não queria calar: desistir do Brasil para viver aonde? Absolutamente, não é a tragédia que nos faz chegar à conclusão que as nossas opções eleitorais são de dar nó em pingo d’água, para ver se sai alguma gota de esperança. Tanto para presidente quanto para governador, passando pela lista do legislativo, tudo nos leva a desertar deste país.
Como nunca antes neste país se viajou tanto, feito um invejoso que compara o seu quintal com o dos outros, o brasileiro chega à conclusão que a grama da vizinhança é mais verde e muito mais bem cuidada. E, ao contrário da nossa, é tratada com todo o respeito: não fazem xixi na cerca e não jogam lixo na nossa cara – como fazem os dirigentes políticos depois de eleitos.

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Desistir pra onde? Conforme a revista inglesa “The Economist”, dos dez melhores lugares para se viver no mundo, oito ficam no Canadá, Austrália ou Nova Zelândia. O ranking leva em consideração 30 critérios como segurança, saúde, recursos educacionais, infraestrutura e meio ambiente em 140 cidades: 1 – Melbourne (Austrália) / 2 – Viena (Áustria) / 3 – Vancouver (Canadá) / 4 – Toronto (Canadá) / 5 – Calgary (Canadá) / 5 – Adelaide (Austrália) / 7 – Sidney (Austrália) / 8 – Helsinki (Finlândia) / 9 – Perth (Austrália) / 10 – Auckland (Nova Zelândia).

Ouvindo o “Samba do avião”, morrendo de saudades ao chegar no aeroporto Tom Jobim, não há como deixar de lembrar do maestro: “Viver no exterior é bom, mas é uma merda. Viver no Brasil é uma merda, mas é bom”.

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Desistir pra onde? Se algum dos candidatos a governador do Paraná atender minha antiga reinvindicação, desisto deste país para morar na Ilha das Cobras. Há dez anos, sempre que o sol começa a mostrar a sua força, venho reivindicando o posto de caseiro da Ilha das Cobras, o nosso paraíso desperdiçado na Baía de Paranaguá. Aos governadores eleitos tenho enviado emissários, recados, acenos e flores, com o objetivo de me tornar prefeito nomeado de uma das raras joias do litoral paranaense. Infelizmente todos se fazem de surdo aos meus apelos de me exilar numa ilha próxima de Curitiba.