Dartagnan, o Darta, é editor e fundador da mais antiga coluna diária de humor ainda impressa nos jornais brasileiros. Mais ainda, com certeza é o jornalista mais lido da imprensa paranaense, apesar de outros colunistas se dizerem os tais. Agora com a presença do mestre Tiago Recchia, a Triboladas do Darta confirma que continua sendo uma escola de humor, por onde já passaram grandes nomes da literatura e do desenho.
– Como nasceu a Triboladas?
Darta: A Triboladas é uma criação do jornalista Hugo Sant’Ana nos primórdios desta Tribuna, em 1959. O editor Fernando Camargo pediu ao Huguinho para criar uma coluna parecida com a da Última Hora, onde em São Paulo e no Brasil fazia sucesso o humorista Arapuan.
– E como o Dartagnan entrou na Tribuna?
Darta: Naquela época o Bar Palácio era na Rua Barão do Rio Branco, quase ao lado da Tribuna. Errei de porta e nunca mais saí.
– E como você formou sua equipe de trabalho?
Darta: Dando expediente no Bar Palácio, de onde só levantava da mesa para entregar a coluna na redação. Foi no velho Bar Palácio que eu conheci o Massachussets da Silva, nosso repórter internacional. Ele nunca escreveu bem, mas em compensação fala cinco idiomas depois da quinta dose de uísque.
– Quais foram os outros principais colaboradores da Triboladas?
Darta: Vou citar apenas dois, pois minha memória é muito seletiva: o mais longevo foi o jornalista e escritor Manoel Carlos Karam. Um gênio. Outra sumidade que trabalhou por muitos anos ao meu lado foi o jornalista Francisco Camargo, o também cartunista Pancho. E por falar no compadre, vai um abraço para a turma do Bar Luzitano!
– Qual foi o maior furo de reportagem da Triboladas?
Darta: Em 1970, quando enviei Massachussets da Silva para cobrir a Copa do Mundo no México. Repórter de primeira viagem, o Massa se perdeu no meio do caminho do México e só tivemos notícias do pamonha seis meses depois de o Brasil levantar o caneco. Sem dúvida imperdoável, esse foi o nosso maior furo!
– Como é tradição na Tribuna, o retrato do Dartagnan é expressamente proibido de sair no jornal. Por que você não se deixa fotografar?
Darta: Ensinei esse truque pro Dalton Trevisan. Um homem prevenido vale por dois: se por acaso eu falhar um dia na cama, sempre vou poder alegar que o infeliz era outro.