Conspirações

Teoria da conspiração é a explicação plausível de um absurdo. Vai da manipulação de governos, economias ou sistemas legais até a ocultação de informações científicas importantes, que pode ganhar ares de pura verdade, desde que a história seja bem contada e tenha verossimilhança, com todos os pontinhos nos is.

Até a chegada da internet, as teorias da conspiração tinham suas origens e eram propagadas nas barbearias. Enquanto o freguês lia a revista “O Cruzeiro”, o barbeiro afiava a navalha e contava a verdade dos fatos acerca das polegadas da Marta Rocha: o glúteo esquerdo tinha duas polegadas a mais que o glúteo direito.

Com a internet e a erudição do Google, qualquer blogueiro de muitas horas vagas pode convencer a humanidade de que o Exército brasileiro se prepara para uma guerra com os Estados Unidos, muito provavelmente até o fim do ano, caso Barack Obama não consiga um acordo e os Republicanos não estiquem o limite da dívida do governo dos EUA, evitando assim o risco do calote universal. Essa teoria do fim do mundo econômico circula desde a semana passada, e assegura que o nosso ministro da Defesa, Nelson Jobim, já teria sido escalado por Dilma Roussef como bucha de canhão das nossas forças armadas. Numa outra versão do conflito, os teóricos da conspiração verde provam por A+B que existem vinte bases norte-americanas em torno do Brasil, todas em pé de guerra. O pretexto seria a invasão da Amazônia.

Uma teoria da conspiração só deixa de ter caráter conspiratório quando fatos se concretizam e a estória vira história. É o caso do Papai Noel, a primeira grande teoria conspiratória a se propagar pelo mundo. O bom velhinho começou como um simples boato vindo do Polo Norte e só deixou de ser teoria quando os povos abaixo do Equador passaram a acreditar piamente na sua existência. Com Fidel Castro a teoria se fez prática e hoje a base aliada do PT acredita em Papai Noel. Seja ele genuíno ou ingenuíno.

E para abrir a semana, é só o que se comenta nas rodas conspiratórias: Luis Inácio da Silva acaba de ser recebido em Curitiba para um jantar em petit comitê. O cardápio era composto de camarões em crosta de Parmigiano Reggiano; robalo grelhado, da Baía de Guaratuba; costelinhas de leitoa assadas; e cassoulet, este especialmente para o ilustre convidado. A sobremesa foi torta de maçã harmonizada com o espetacular Château D’Yquem 2000. O ágape foi harmonizado com os vinhos Vega Sicilia Unica 1999 e 2000 e Mouton Rotschild 2001. Nada mais, nada menos, o seleto grupo de 12 pessoas consumiu 26 garrafas de vinho.

 Ao contrário do que muitos acreditam, o ex-presidente Lula não foi recebido na casa do Papai Noel.