Ao criar o mundo, Deus usou de todos os seus atributos e múltiplas vocações para fazer do planeta Terra um vasto campo de experimentações e, assim, colher subsídios para criar no futuro uma nova civilização. Com criaturas mais inteligentes e semelhantes ao Criador.

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Como arquiteto, botou todos os japoneses do Universo numa pequena ilha para ver como eles se sairiam com problemas de habitação, mobilidade e divisão de espaço. Engenheiro, Deus concentrou na Califórnia os terremotos, na esperança de que alguém lhe ajudasse a resolver uma falha de cálculo estrutural que nem mesmo Ele conseguiu resolver. O Deus da música fez nascer na Inglaterra quatro cabeludos, para sentir como a humanidade reagiria ao som do rock.

E assim por diante, até o Deus sociólogo criar Curitiba com a intenção de fazer um estudo do comportamento da classe média. Quando as estatísticas registram que a cidade é majoritariamente de classe mediana, não é apenas uma constatação socioeconômica. É a vontade de Deus.

Mensalmente o Todo-Poderoso recebe relatórios acerca da classe média, relatando o seu comportamento e sua evolução, para o mal e para o bem. O mais recente deles está sendo enviado agora: é uma pesquisa dizendo que o maior medo da classe média, hoje, é a falta de conhecimento.

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Para as criaturas médias, o problema do consumo já está resolvido e por isso a maior ameaça passou a ser a falta de conhecimento para acompanhar novos patamares de consumo. Os consumidores médios são classificados da seguinte forma: estáveis, emergentes e engajados.

“Os estáveis são pessoas que buscam a manutenção de seu status quo, assim como a estabilidade de seu emprego a qualquer custo. São muito ligados a valores familiares e não procuram grandes mudanças de vida.”

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“São consideradas emergentes aquelas pessoas insatisfeitas com seu status quo e que estão se beneficiando do atual momento do Brasil para crescerem também. São pessoas auto-centradas e individualistas, com pouco interesse pela comunidade em que vivem. Creditam o sucesso a um esforço próprio e acham que a vida ainda não lhes deu tudo o que merecem, por isso até mesmo fogem de toda e qualquer referência à pobreza.”

“Já os engajados são aqueles que enxergam a mobilidade como um fator importante para a transformação pessoal e coletiva; possuem mais afinidade com consumo cultural e responsabilidade sócio-ambiental e estão constantemente buscando informações, conhecimento e a construção de uma carreira profissional.”

O documentário percebeu, além da parte financeira, um aspecto importante: “Excesso de informação e falta de conhecimento para lidar com todas as questões que se colocam no dia-a-dia, que eles se sentem pressionados a saber. Já é sabido por eles que a educação é o principal caminho para o crescimento. Mas aqui não estão falando de dinheiro, estão falando de conhecimento, sabedoria, pela busca do SER, uma vez que o TER material está muito bem resolvido”.

Seguem abaixo alguns resultados:

Você acha que nos últimos anos você se tornou uma pessoa mais exigente?

Sim: 80%

Continuo igual: 20%

Quais as coisas que mais te surpreenderam na vida?

Poder comprar mais do que você imaginaria que pudesse: 36%

Estudar mais do que você imaginaria que pudesse: 34%

Saber mais do que você imaginaria que pudesse: 46%

Sonhar mais do que você imaginaria que pudesse: 35%

Qual seria o maior luxo para você?

Ter mais tempo livre: 14%

Comprar mais coisas: 16%

Viajar e conhecer novos lugares: 37%

Ser eu mesmo: 23%

Nunca deixar de estudar: 10%

O que você acha que é ter sucesso?

Ter muito dinheiro: 11%

Ser uma pessoa admirada: 36%

Ter uma carreira sólida: 53%

Você gostaria de ser famoso?

Sim: 23%

Não: 76%

***

Deus pergunta: Como vai você, classe média?

Ela responde: Vou levando, devagar e sempre, essa vidinha mais ou menos.