O culpado é o mordomo! Prendam o mordomo!

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Como sempre no final da história, todas as suspeitas nos levam ao mordomo. E não haveria de ser diferente em Brasília, a capital da mordomia. O Supremo Tribunal Federal (STF) não pode entrar na conversa do Jô Soares, perdão, do procurador-geral da República Roberto Gurgel e, semelhante ao filme “Casa Blanca”, mandar prender “os suspeitos de sempre”. Nesse caso, não sobra um meu irmão. Do Banco Rural ao banco do fulano, passando pelas indústrias do beltrano, até alcançar a Construtora Delta, nunca antes neste país os bacanas deixaram de contribuir com recursos não contabilizados para o Caixa 2 das campanhas eleitorais. E se o companheiro Toffoli do STF tiver alguma dúvida, que convoque ex-presidente Fernando Collor para uma oitiva embaixo dos panos.

Não se sabe ao certo quem incriminou o primeiro mordomo dos romances policias, mas no Brasil o mais rumoroso caso aconteceu em 1965, quando a atriz Bibi Ferreira se descabelou por culpa de um deles. Nos bastidores, o “secretário” de Bibi lhe roubou, em meio a joias e uma nota preta em dinheiro, uma peruca no valor de um Cadillac rabo de peixe. A cabeleira, confeccionada com cabelos originais de uma japonesa e que nunca precisava ser penteada, vinha sendo reservada para um dia a atriz interpretar no palco a rainha Cleópatra, vivida no cinema por Elizabeth Taylor.

Do rio Nilo para o rio Tibre, agora foi o papa Bento XVI que andou perdendo os cabelos por causa do mordomo Paolo Gabriele. Preso com mão no sacro jarro, o ex-mordomo vai ser julgado pelo roubo de um cheque de100 mil euros e também pelo furto de uma pepita de ouro. Além dessas relíquias, a Rádio Corredor do Vaticano conta que na casa do mordomo também foram encontrados vários pares de sapatos pertencentes ao pontífice. E não eram sapatinho qualquer, pois como se sabe o papa calça Prada. Chiques assim na terra como no céu.

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Não se sabe ao certo o paradeiro do mordomo do Lula. O que se sabe é que tudo teria começado quando o então presidente, ao ser vestido pela manhã, elogiou o brilho dos seus sapatos.

– Parabéns, meus sapatos nunca foram tão bem engraxados. É disso que eu estou precisando lá na Câmara e no Senado; alguém que engraxe a minha base governista.

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– Deixa comigo, presidente! – se prontificou o mordomo – Se o companheiro Zé Dirceu me liberar do expediente, em uma semana eu engraxo um por um.

No dia seguinte o mordomo se postou na porta do Congresso e deu um brilho na rapaziada.