Profundo conhecedor da alma dos poderosos, o Animador de Velórios dos Campos Gerais conheceu na intimidade muitos governadores do Paraná em seus piores momentos. Agora, mesmo com Beto Richa nos píncaros da glória, muitos procuram o Jaguara para tentar saber como funciona a cabeça do atual governador.
De Ney Braga em diante, passando pelo ex-governador Haroldo Leon Peres (que chamou o Jaguara em casa ao saber que receberia dos militares um chute no traseiro) até chegar à última terça insana de Roberto Requião, o Animador de Velórios dos Campos Gerais diz que só não sabe como funciona a cabeça dessa gente na intimidade de quatro paredes: “Só tenho a imaginar”, complementa o Jaguara.
De todos os ex-governadores, segundo ele, Jaime Lerner foi o mais difícil de lidar. Por ser também um “piadista militante”, era difícil saber em que momento o judeu da rua Barão do Rio Branco estava falando sério ou apenas “tirando uma casquinha da cara do freguês”.
Quando Lerner assumiu o governo do Paraná o falecido Aníbal Curi foi consultar o Jaguara, de quem foi companheiro de pescarias em União da Vitória, nas barrancas do Rio Iguaçu. Mesmo sendo considerado o “guru” da política paranaense, Aníbal já havia passado por “trocentos” governadores (“na maciota”, segundo o Jaguara), mas não conseguia entender como é que Jaime Lerner raciocinava. De que jeito funcionava a cabeça do arquiteto travestido de político.
Para que Aníbal fizesse um curso completo de JL, o Animador de Velórios dos Campos Gerais lhe deu um “manual de instruções”. Ou seja, um livro de piadas de judeu, pra que lesse e entendesse como pensava o novo governador.
Passado um tempo, Aníbal voltou a procurar o velho amigo de Porto União da Vitória:
– Li a piada do guarda-chuva, agora entendi como funciona a cabeça de judeu do Jaime Lerner.
– Como é a piada?
O judeu sai com um amigo, num dia de sol brilhante, com o guarda-chuva debaixo do braço.
De repente, cai o maior toró. E o judeu continuou com o guarda-chuva debaixo do braço, FECHADO!
– Por que não abre esse guarda-chuva?
– É velho, tá todo furado, rasgado.
– Mas então… por que carrega esse guarda-chuva assim em farrapos?
– Ah, eu achei que não ia chover…
***
Sempre com os pés molhados de tanto acompanhar velórios, o Jaguara admite que pouco sabe da cabeça de Beto Richa: “Do véio Richa aprendi muito, especialmente no jogo de truco”. Mas pra começo de conversa, concorda em contar um dos seus novos sucessos.
Diz que Lula e Dilma enviaram um fax para o Governo do Líbano, solicitando uma doação para o programa Fome Zero. No dia seguinte chegou o fax respondendo simplesmente o seguinte: “BL.. MD… VBB… 6… 2”.
Dilma não conseguiu decifrar e foi até Lula que, com seus profundos conhecimentos de gramática, analisou o documento e chegou a mais uma de suas magníficas conclusões:
– BL = Beleza
– MD = Mandei depositar
– VBB = Via Banco do Brasil
– 6… 2… = US$ 62.000.000,00 (sessenta e dois milhões)!!!!
Verificou-se a existência da tal conta no Banco do Brasil e nada foi encontrado. Ordenou-se que procurassem em todos os outros bancos, e nada!
Foi então que alguém sugeriu que chamassem o Samirzinho, um funcionário do quarto escalão do palácio, descendente de libaneses. Samirzinho olhou para o documento (BL… MD…. VBB…
6… 2) e em menos de 30 segundos o traduziu:
– Brezidente Lula… Ministra Dilmo…. Vai Buda Bariu….Seis Dois!!!
***
Com o seu “zoinho de cobra”, o Jaguara confessa que não sabe bem a relação deste chiste com a cabeça do Beto Richa. Mas fornece uma pista: “Se alguém receber alguma mensagem parecida, que trate de botar a barba de molho”.