O Governo do Paraná regulamentou o licenciamento ambiental dos empreendimentos náuticos localizados às margens do oceano e de rios do Estado. A inédita medida teve repercussão nos meios náuticos do sul do Brasil. Osvaldo Hoffmann Filho, navegador paranaense, defende essa nova abordagem por parte dos poderes públicos, no sentido de facilitar a abertura de novas marinas na nossa costa.

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– O que você achou da regulamentação de marinas no Paraná?

Osvaldo Hoffmann Filho: Enfim uma boa notícia. A medida vai facilitar a vida de todos aqueles que amam o mar. Hoje o grande gargalo para o nosso crescimento náutico é a ausência de marinas. A regulamentação das existentes e a concessão de novos atracadouros vão abrir frentes para todos os que usam o transporte náutico, seja por lazer, seja por necessidade. A medida incentiva investimentos por parte do setor privado, movimenta a economia, traz modernidade. Todos saem ganhando.

O navegador Amyr Klink disse que, apesar de já ter dado duas voltas ao mundo e ido 51 vezes para a Antártida, nunca conseguiu parar em Florianópolis. No Paraná o barco do Amyr teria abrigo?

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Osvaldo: O grande velejador foi moderado na sua afirmação. Em toda nossa costa, são poucos os lugares de abrigo para embarcações de maior tamanho. Na Europa, a cada 20 milhas náuticas encontramos uma marina com toda a estrutura, tanto para lazer como para trabalho. Lá, os lugares mais valorizados do litoral são aqueles próximos a uma marina, onde encontramos restaurantes, hotéis, lojas e lazer.

– Nosso litoral é pequeno, mas em compensação as baías de Paranaguá e Guaratuba são joias raras. O que é preciso para fazer delas um polo internacional de esportes náuticos?

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Osvaldo: Nosso litoral é riquíssimo! Paranaguá e Guaratuba têm todas as condições naturais para abrigar marinas sem grandes obras de contenção, por exemplo. Quanto mais marinas, mais incentivo para os esportes náuticos, mais empregos, mais lazer, mais qualidade de vida.

Atualmente, qual a melhor marina do Paraná? Aquela em condições de receber as maiores embarcações e a mais adequada aos padrões internacionais?

Osvaldo: Com todo respeito às marinas paranaenses que vivem no limite da ilegalidade por conta das leis ambientais, inexistem no nosso litoral portos aptos a receber grandes embarcações de lazer. É necessário uma maior flexibilização e tolerância dos órgãos ambientais, bem como uma forte conscientização ambiental dos empresários, que muitas vezes priorizam o lucro em detrimento da preservação.