Quando presidente, Lula disse no programa de rádio “Café com o presidente” que a América do Sul caminha para a criação de uma moeda comum. “É um processo em andamento” – completou – “e não é uma coisa rápida”. Caso a “presidenta” Dilma se reeleja, por certo não deve demorar mais quatro anos para decidirem o nome da nova moeda. Se depender do bloco bolivariano da América Latina (aqui incluso o senador Roberto Requião) a moeda latino-americana será denominada de “lula”.

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“Que beleeeza!” – felicita o comentarista Milton Leite. O Brasil terá, até 2018, um PIB de cinqüenta trilhõesde lulas e as próximas gerações terão muito do que se orgulhar: nossos netos sul-americanos vão passar o resto da vida com o retrato de um ex-metalúrgico nas notas de 100 lulas, o equivalente a 100 euros.

O falecido deputado Aníbal Curi costumava contar, com muito orgulho, que em suas viagens para o exterior não precisava falar outro idioma, além do seu cifrado português que aprendeu nos corredores da Assembleia Legislativa. Dizia o “buda” que, tanto em Nova York quanto em Paris, comunicava-se perfeitamente bem: bastava exibir uma nota de cem dólares sobre a mesa. Com essa linguagem universal, era atendido com honras de um príncipe árabe.

Quem viver verá. Chegará o dia quando os “nosotros cucarachas” da América Latina ainda haveremos de falar o idioma de Aníbal Curi: uma nota de 100 lulas sobre a mesa e estamos conversados!

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Feliz herdeiro de uma economia estabilizada e de uma fortuna incalculável à disposição na Petrobrás, nada mais justo que o ex-presidente Lula tenha o seu retrato impresso na futura moeda comum da América Latina. Para o horror dos argentinos, “por supuesto”.

Até podemos imaginar a manchete dos jornais de Buenos Aires, com a seguinte manchete:

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– Paraná Clube contrata craque argentino por 20 milhões de lulas.

Ou então, o paulista exibido se hospeda no 5estrelas Four Seasons Buenos Aires, e pede a conta:

– Quanto devo?

– Cinco mil lulas!

– Quanto?

– Cinco mil lulas!

– Quanto?

– Cinco mil lulas! (grita o argentino)

– Não precisa gritar que não sou surdo! É só para sentir o prazer redobrado de ouvir o nome da nova moeda!

E o paulista paga então a conta, em dinheiro, contando as notas e saboreando o orgulho nacional: “Cem lulas, duzentos lulas, trezentos lulas, quinhentos lulas…”.

A moeda única da América Latina será saudada com muito orgulho por todos os brasileiros. Com exceção dos tucanos e com uma razoável preocupação por parte dos petistas da área econômica. Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar (jura o Zé Dirceu), mas digamos que os companheiros aloprados sejam novamente flagrados com milhares de “lulas na cueca”?

Um incidente de tal natureza seria desastroso para a cotação da moeda, com sérias consequências no mercado financeiro internacional.