É preciso ser muito babaca para não concordar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: chegar de metrô dentro de um estádio de futebol, que babaquice é essa?

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Do Centro de Barcelona, contando nos dedos as estações, em pouco mais de meia hora o metrô nos leva à estação mais próxima do Camp Nou e, para completar a “babaquice”, confortavelmente entramos naquele monumental estádio planejado para 98 mil “babacas” que – bem ao contrário da moderníssima Arena da Baixada – têm o “péssimo hábito” de sentar para assistir o espetáculo.

“O le le, o la lá – ser del Barça es el millor que hi há!”. Depois de todos erguerem suas cartolinas vermelhas para formar o mosaico com as cores dos “culés” (os de bunda de fora), de um lado se ouvia a torcida do Barcelona cantando seu grito de guerra em catalão. Do outro lado ninguém, pois no Camp Nou não tem pra ninguém: é campo de uma só torcida, onde o espaço reservado para os visitantes existe, mas não passa de algumas poucas cadeiras localizadas na área mais alta e desconfortável do monumental estádio.

Assim tão longe de sua torcida, mas assim tão perto do título, “los muchachos de Simeone” mostraram o seu valor e saíram aplaudidos do Camp Nou. Farto de saber perder, o Atlético de Madrid aprendeu a ganhar e agora é campeão espanhol – saudou o jornal El País, para em seguida tentar explicar o que aconteceu com os “gegants” do Barcelona: “O Atlético foi uma equipe presente, vital e enérgica, muito acima do Barça, caduco e sem rumo a um bom tempo, extraviado depois de perder Messi em campo. Está sem o camisa 10, despediu-se do goleiro, do treinador e do capitão, para não falar do demitido presidente Roselli. Não há clube mais cruel consigo mesmo que o Barcelona, protagonista de um rosário de calamidades, arrematadas com a perda da Liga em pleno Camp Nou. As coisas sempre podem ir de mal a pior no Barça”.

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Enquanto o Atlético de Madrid soube ganhar, o FC Barcelona soube perder. Apesar do empate, o triunfo “rojiblanco” foi tão rotundo que mereceu aplausos da torcida “azulgrana”, já um tanto cansada dos seus bailarinos de chuteiras. Às vésperas da Copa do Mundo, as estrelas do Barcelona jogaram com o pé na Espanha e a cabeça no Brasil.